Estudo revela prejuízos econômicos e na saúde com redução do teor de biodiesel

Estudo produzido pela GO Associados mostra os impactos da redução da mistura de biodiesel ao óleo diesel comercial. Os prejuízos foram divididos em cinco eixos principais: meio ambiente, saúde pública, economia, cadeia produtiva e segurança jurídica.

Em relação ao meio ambiente, a pesquisa destaca que a mudança do B13 para o B10 vai na contramão do compromisso brasileiro de redução de emissão dos gases de efeito estufa (GEE) e defesa do meio ambiente. Para comprovar os dados, o estudo cita literatura especializada que demonstra que o biodiesel pode reduzir emissões de dióxido de carbono em cerca de 80% com relação ao diesel de petróleo.

No âmbito da saúde pública, o estudo ressalta o impacto positivo provocado pela redução de emissões de gases poluentes, como o monóxido de carbono e material particulado. Segundo relatório publicado este ano pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), sem o uso do biodiesel na Região Metropolitana de São Paulo, a
concentração de particulados na atmosfera, proveniente do setor de transportes, seria 4,8% superior ao registrado em 2018. A pesquisa da EPE conclui que o uso do B10 evitou cerca de 244 mortes naquele ano. Por fim, a análise da GE Associados acrescenta que os efeitos negativos dos combustíveis fósseis para o sistema respiratório são ainda mais importantes quando se considera o cenário atual de pandemia da Covid-19.

Os números do impacto na economia são elevados. O estudo avalia que a redução de 1 ponto percentual na mistura do biodiesel tem o potencial de eliminar 34 mil postos de trabalho, achatar a massa salarial na ordem de R$ 552 milhões, diminuir a arrecadação de tributos em cerca de R$ 107 milhões e encolher o PIB em cerca de R$ 4,7 bilhões.

Já os efeitos sobre a cadeia produtiva estão diretamente relacionados ao preço dos alimentos nas prateleiras dos supermercados. Isso se deve ao fato de que o biodiesel representa o principal destino do óleo
de soja. Assim, uma queda na sua produção diminuiria a oferta de farelo de soja no mercado interno, o que causaria um aumento no preço final da proteína animal, colocando em risco a segurança alimentar das famílias em um momento de recessão econômica.

Por fim, o retorno para o B10 gera insegurança jurídica, o que inibe investimentos no país e afeta a geração de empregos. O estudo conclui que a redução do percentual mínimo obrigatório de biodiesel na mistura do diesel comercial, visando compensar o aumento de preço dos combustíveis no curto prazo, deve gerar profundos impactos negativos no curto, médio e longo prazos. Ubrabrio

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