Desde 2015, a gasolina comum vendida no Brasil contém 27,5% de etanol anidro em sua composição, mas isso pode mudar ainda este ano. É que o governo federal criou um grupo de estudos para avaliar o aumento do etanol na gasolina para 30%. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, há uma conjuntura a ser estudada ainda, mas é uma grande possibilidade. “O aumento do teor de etanol vai contribuir para segurança energética do nosso País, com a redução das importações de gasolina e para a transição energética, pela redução das emissões de gases do efeito estufa.”, tem dito o ministro em entrevistas recentes. Se realmente o etanol na gasolina aumentar nessa proporção, a estimativa é que 2,8 milhões de toneladas de CO2 deixariam de ser emitidas anualmente. O governo tem dito que o aumento, se aprovado, vai acontecer de gradualmente, com uma avaliação técnica junto com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol para dar segurança aos consumidores. Além disso, o consumo do biocombustível seria elevado em 1,3 bilhão de litros. Em outra frente, como forma de estimular a produção sucroenergética brasileira, o governo já acelera a criação do Programa Combustível do Futuro, que será discutido em breve no Congresso Nacional. A meta é valorizar o etanol como uma solução sustentável de baixo carbono e estimulando a indústria a produzir carros flex híbridos.
De acordo com a Unica (União da Indústria da cana-de-açúcar e Bioenergia), o grupo de trabalho no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que deverá discutir o aumento da mistura, permitirá que todas as partes envolvidas na cadeia de biocombustíveis sejam ouvidas. Quanto ao setor sucroenergético, segundo Evandro Gussi, presidente da Unica, as usinas estão plenamente preparadas para aumentar o eventual aumento da mistura à gasolina. “Sempre teremos produção suficiente de etanol, inclusive nas últimas décadas o setor atendeu à altura todas as demandas por etanol. Ainda que o preço internacional do açúcar aumente, a resolução 67 da ANP determinando o estabelecimento de contratos com um ano de antecedência dão a garantia de fornecimento do produto”, afirma.
Canal-Jornal da Bioenergia