A cana-de-açúcar é a principal matéria-prima para a produção do etanol no Brasil. Mas o milho vem ganhando destaque. Para a atual safra – que segue de abril de 2021 a março de 2022 – é esperada uma produção em 2021 de 3,3 bilhões de litros. A expectativa é da União Nacional do Etanol de Milho (Unem). A safra 2020/2021 foi finalizada com 2,65 bilhões de litros.
Os números da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) são um pouco diferentes. Para a entidade, o etanol feito a partir do cereal alcançou 2,57 bilhões de litros na safra recentemente encerrada, o que representa um avanço de 58,13% em relação à safra 2019/20. Com isso, a participação do biocombustível no volume total de etanol no Centro-Sul foi de 8,45%.
A safra
Segundo Guilherme Nolasco, Presidente Executivo da Unem, não existe safra e entressafra no etanol de milho, as usinas trabalham o ano todo com apenas uma parada técnica para manutenção de 10 a 15 dias. “Publicamos os dados baseados no ano safra da cana, afinal, somos ainda coadjuvantes de uma grande produção de etanol no Brasil”, pontua.
A produção de etanol de milho contínua, “mas na entressafra das usinas canavieiras o etanol de milho tem uma grande importância na manutenção da oferta do biocombustível no mercado”, explica Nolasco. As expectativas da Unem são bem positivas e atingir em 2027/2028 a produção de 8 bilhões de litros. Hoje, o Brasil conta com 17 unidades em operação, uma em pré- operação e outras 23 estão em projeto.
O Mato Grosso se destaca. Apenas na última safra produziu 2,16 bilhões de litros. Este Estado se destaca mediante a grande oferta de matéria-prima, que chega a ser acima de 33 milhões de toneladas/ ano.
“A produção de etanol de milho tem tido avanços consistentes no Brasil, em destilarias dedicadas e flex, que processam milho e cana. O grão tem a vantagem de estar disponível o ano todo. Acreditamos que o etanol de milho continuará contribuindo para suprir a demanda interna, especialmente em estados com menor oferta de cana e nas entressafras”, explica Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.
Mercado
O principal destino deste combustível é o mercado nacional. Cerca de 1/3 abastece os da principal região produtora – o Centro-Oeste – e o excedente de produção segue para o Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. “Mesmo em um momento delicado devido a pandemia, superamos com louvor e até com crescimento de produção. A pandemia talvez possa ter represado novos projetos, que aguardam um cenário mais favorável para o inicio da construção de novas unidades,” explica Nolasco.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia