Um estudo realizado pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com o apoio da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), mostrou que o rendimento dos carros abastecidos com etanol pode ser melhor do que se pensava. Durante os meses de janeiro a julho deste ano, o Instituto acompanhou a relação média de performance entre o etanol e a gasolina em veículos de diferentes categorias. O professor Renato Romio, Chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, disse que o objetivo do estudo é mostrar que a autonomia apresentada pelos veículos em uso real pode ser diferente do valor mencionado na etiquetagem veicular, baseado em testes de laboratório.
Os modelos de veículos utilizados na pesquisa foram definidos de acordo com sua popularidade nos segmentos: Popular 1.0, Sedan Médio, SUV e Popular 1.6. Os carros circularam repetidamente em percursos urbano de 27km e rodoviário de 30km. Cada um desses circuitos foi repetido 15 vezes. Os trajetos foram definidos seguindo o padrão de testes e análises já realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia em vias públicas. Avaliado por meio de análise estatística, o desempenho médio do etanol comum em relação à gasolina comum, que contém 27% de etanol anidro, para os modelos de veículos testados variou de 70,7% e 75,4%. Como referência, os valores encontrados para os mesmos modelos de veículos no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) foram, respectivamente, 66,7% e 72,1%. A relação que se conhece hoje, de 70%, leva em conta o poder calorífico do etanol em relação à gasolina. Mas, segundo o Instituto Mauá de Tecnologia, outras características do funcionamento dos motores devem ser levadas em conta, como o fato do motor ser mais exigido em alguns percursos do que no circuito utilizado nos testes de laboratório.
“A maioria dos motoristas faz a conta considerando o preço somente na hora do abastecimento, quando na verdade, também deveria avaliar a autonomia do veículo com os dois tipos de combustíveis. Esta relação pode ser diferente de 70%; em nosso estudo, por exemplo, tivemos casos em que a relação de paridade entre etanol e gasolina comercial chegou a 75,4%; uma diferença considerável”. Este valor tende a variar de acordo com a evolução técnica dos motores flex, percurso do veículo, a forma de dirigir e também, em função do teor de etanol na gasolina, que é pré-estabelecido pelo governo. É importante que o motorista conheça a conta do seu carro, no seu caminho diário. Queremos provocar o consumidor a considerar esses aspectos e fazer sua conta para poder tirar o maior benefício econômico possível”, destaca Romio.
Canal-Jornal da Bioenergia com Unica.