Não é segredo que na conjuntura atual, a agropecuária é a principal mola propulsora da economia goiana. Assim como vem sendo amplamente divulgada a insatisfação dos produtores diante da má conservação das rodovias estaduais. Eles alegam que o gargalo trava o crescimento desse importante segmento e diminui a competitividade do estado. Compõe a lista de argumentos o fato de que as estradas que chegam até as propriedades rurais são responsáveis pela entrada de insumos e pelo escoamento da produção, seja ela agrícola ou pecuária. Diante da situação, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) fez um levantamento do estado de conservação de rodovias goianas.
O documento, feito a partir de queixas de produtores e observação dos Sindicatos Rurais (SRs), justifica a indignação do presidente da entidade, José Mário Schreiner. “Com o processo de aceleração da colheita, que já se iniciou em grande parte do estado, a cada que passa temos uma situação mais difícil no que se refere ao escoamento da produção. O encarecimento do frete é um bom exemplo”, comenta. “Nas atuais péssimas condições que estão, as rodovias prejudicam não somente o produtor rural, mas sim a sociedade como um todo, fato comprovado pelo elevado número de acidentes registrados nos últimos meses”, completa.
Sinal vermelho
De acordo com levantamento da Faeg, várias rodovias em Goiás, que são importantes vias para o agronegócio, estão em estado de ruim a péssimo como o caso da GO-173 (Santa Fé/Britânia), GO 040, GO-211 e GO-230 (Goiatuba), GO-301 (Catalão), GO-050 (Chapadão do Céu), GO-436 (Cristalina), GO-320 (Edéia/Joviânia), GO-330, GO-406 e GO-307 (Ipameri), GO-180, GO-467 e GO-178 (Jataí), GO-174 (Rio Verde/Montividiu), GO-319 (Pontalina), GO-147, GO-217 e GO-139 (Piracanjuba), GO-213 e GO-419 (Morrinhos), GO-010 (Luziânia), dentre outras.
A Federação classifica como lamentável situações como a ocorrida na região sudoeste do estado, em Mineiros, onde plantéis inteiros de aves estiveram em estado de inanição ou mesmo morreram por falta de ração que não chegou até as granjas – tudo pelo fato de não haver estradas com o mínimo de condições de tráfego. Em outras regiões o leite produzido teve que ser transformado em outros tipos de produtos porque não pode ser escoado, dificultando grandemente a vida de centenas de produtores que dependem exclusivamente do negócio rural.
Outro exemplo representativo é a GO-341 (Mineiros/Caiapônia) onde os produtores rurais gastaram do próprio bolso cerca de R$ 120 mil para colocar a rodovia em condições de tráfego e não esperam qualquer ressarcimento por parte do governo estadual, além de dezenas de outros casos onde a população em geral, incluindo os proprietários rurais, fez operação de emergência para tapar os buracos com terra.
Em busca de soluções
Em busca de soluções, o presidente da Faeg participou na primeira semana de 2016 da assinatura de ordens de serviço do programa Rodovida Manutenção II. A solenidade acorreu no auditório Mauro Borges e contou com a presença do governador, Marconi Perillo e do presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop).
Para Schreiner, grande parte das rodovias no estado estão intransitáveis. A preocupação da Federação e principalmente dos produtores, são com o escoamento da safra. “Dependemos da manutenção e da conservação das nossas estradas. O setor produtivo necessita de condições favoráveis, já que a safra está plantada e logo iniciaremos a colheita e o escoamento. Para se ter uma ideia, um dos graves problemas em Goiás é a falta de infraestrutura. Gastamos quatro vezes mais do que outras regiões para levar nossos produtos ao porto. Isso tem que mudar”, ressaltou. Assessoria de imprensa Faeg.