Aumentar a produtividade, em especial, a cogeração de energia elétrica é o objetivo da Cerradinho Bio, usina localizada em Chapadão do Céu, no sudoeste goiano. Nos últimos quatro anos, o crescimento desse produto subiu 94%.
A exportação de energia por biomassa na usina foi elevada em 23,1% entre 2014/15 e 2015/16 – com 269 gigawatts/hora (GWh ) – e deve garantir novo incremento de 43,4% para a safra 2016/17. Dessa produção 64,9% foi vendido no âmbito de contratos de leilão de energia. A expectativa é aumentar para 75,8%% na próxima safra.
Após a conclusão da expansão da usina e do projeto de cogeração, a capacidade instalada na Usina será de 850 GWh. Desse número, 580 GWh são geradas por meio dos resíduos da cana – bagaço e palha. O restante depende de matérias-primas alternativas.
A geração de energia por biomassa se enquadra na busca pelo aumento da produção energia limpa e redução de emissão de gases do efeito estufa é parte do pacto assinado na 21ª Conferência do Clima (COP 21), em Paris. Segundo o presidente da Cerradinho Bio, Paulo Motta Júnior, a Cerradinho Bio aposta na energia limpa, mas não basta apenas o uso do bagaço da cana. “Já utilizamos a palha e estudamos a aplicação de outras fontes, como o sorgo e o eucalipto. A escolha pela fonte alternativa depende do valor no mercado”, pontua.
Atualmente, dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia por biomassa é responsável por 9,4% da matriz energética brasileira.
Produção
O objetivo do aumento da produção de energia limpa pela Cerradinho Bio é a desconcentração do faturamento da empresa no etanol hidratado, que hoje representa 86% da receita bruta da usina, de R$ 115,8 milhões. De abril a junho de 2016 foram produzidos 118 mil metros cúbicos de etanol, que representa 3% a mais em relação à safra anterior.
De acordo com a empresa, os resultados positivos das últimas safras os motivam a dar continuidade ao plano de expansão. Por isso, a Cerradinho Bio financiou recurso de R$ 150 milhões com a International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial. O financiamento inicia em agosto de 2016, com um prazo de dez anos, sendo três de carência.
“Esse financiamento nos permitiu tranquilidade adicional ao plano de expansão”, pontua Motta. O IFC é a maior instituição de desenvolvimento global voltada para o setor privado nos países desenvolvidos. Qualquer empresa que para receber crédito do IFC deve ter selo de qualidade em gestão.
Safra
Na última safra – 2015/2016 – a Cerradinho Bio moeu 4,8 milhões de toneladas, que representa um aumento de 17% em relação ao período anterior. A expectativa para a safra 2016/2017 é um novo recorde, de 5 milhões de toneladas.
Os canaviais da Cerradinho Bio são de parceiros ou em terras arrendadas e apresentam uma idade média de 3,5 anos. A alta produtividade é a representação do planejamento agrícola, com manejo varietal, o uso de agricultura de precisão e investimento em pesquisas de novas tecnologias. Em parceria com a Case, a Cerradinho Bio desenvolve um protótipo de uma colhedora com três linhas.
Assim, a produtividade agrícola da Cerradinho Bio se mantem acima de 100ton/ha desde a safra 2012/13. Na safra 2015/16, a produtividade foi de 108ton/ha. O período de entressafra da usina também é reduzido, em média de 40 dias. “Mas mesmo assim, a usina prepara um planejamento estratégico para os próximos dez anos e avalia a agregação de novos produtos ao mix”, finaliza Motta.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia