Geração de bioeletricidade ganhará escala em Angola

A Companhia de Bioenergias de Angola (Biocom), pioneira na produção e comercialização de produtos derivados da cana-de-açúcar naquele país, anunciou um plano ambicioso de expansão de suas operações até 2021, com destaque para a geração de bioeletricidade a partir da biomassa sucroenergética.

Em quatro anos, a empresa pretende exportar 235 GWh por ano para a rede elétrica angolana, o equivalente a 2,5% do consumo registrado em 2014. O gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar de Souza, observa que este ganho de escala na produção de eletricidade limpa e renovável é um marco para a segurança energética de Angola.

“Mesmo sendo um dos maiores produtores de petróleo do mundo, trata-se de um país que precisa urgentemente buscar fontes alternativas que lhe assegurem um verdadeiro desenvolvimento sustentável. Além de universalizar o acesso e uso da eletricidade nas comunidades, a biomassa da cana representa excelente oportunidade para diversificar a matriz elétrica, gerar empregos e renda no campo, assim como já ocorre no Brasil”, explica o especialista.

Além de exportar 235 GWh para a rede em 2021, a Biocom também quer atingir, no mesmo período, a fabricação de 256 mil toneladas açúcar cristal branco e 33 mil metros cúbicos de etanol para uso industrial. Para que isso seja possível, a companhia estima serem necessários 40 mil hectares de cana, ou seja, mais do que o dobro do cultivado atualmente (cerca de 15 mil hectares).

Na safra 2016/2017, que se encerra em julho próximo, a empresa deverá produzir 47 mil toneladas de açúcar e 16 mil metros cúbicos de etanol, além de 200 MW de bioeletricidade. Operando no polo Agroindustrial de Capanda, no município de Cacuso, a Biocom emprega hoje mais de 2,3 mil trabalhadores, contingente que poderá ocupar até 4,8 mil vagas em 2021.

Brasil

No Brasil, além de gerar mais de 180 mil postos de trabalho diretos, a produção de bioeletricidade do bagaço e da palha da cana ajuda a complementar o abastecimento da rede durante o período seco e crítico dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Em 2016, a cana foi a segunda fonte mais usada na matriz elétrica, ficando atrás apenas do gás natural, e fornecendo 21 TWh para o Sistema Interligado Nacional.

Apresentando um crescimento de 4% em relação à oferta de 2015, a bioeletricidade comercializada pelo segmento canavieiro em 2016 foi o equivalente a ter abastecido mais de 11 milhões de residências. Isso evitou a emissão de 10 milhões de toneladas de CO2, uma marca que somente seria atingida com o cultivo de 71 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. (Unica)

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