A transformação digital com foco na gestão de dados é o caminho para otimizar a logística do setor de bioenergia. Durante o webinar “O que a cadeia de produção de bioenergia do Brasil tem a aprender com os gigantes da logística integrada do varejo?”, promovido pela plataforma Fenasucro & Agrocana TRENDS em parceria do LIDE Ribeirão Preto, especialistas ressaltaram a importância do investimento em tecnologia para melhorar resultados e reduzir os custos. O encontro virtual foi realizado nessa quinta-feira (26) e teve o patrocínio da FreteBras.
Responsável por 30% dos custos totais da cadeia de produção do setor de bioenergia, a logística impacta diretamente na competitividade do mercado, segundo Paulo Montabone, Diretor da FENASUCRO & AGROCANA. “O mercado de varejo teve a capacidade de se reestruturar nessa parte logística e, hoje, as encomendas são entregues praticamente just in time. A digitalização desse elo fundamental para qualquer indústria e as soluções criadas pelo varejo podem ajudar o setor de bioenergia”, comentou.
Para Dennis Herszkowicz, CEO TOTVS, práticas que já são aplicadas, como o controle de carga, melhor aproveitamento de espaço nos caminhões, entregas em prazos mais curtos e eficiência de estoques, dependem diretamente da gestão de dados. “Há uma pressão muito grande no setor de logística e a única resposta são as tecnologias de dados, informações na nuvem e sistemas de gestão digital”, destacou durante o evento.
Fábio Fernandes, Presidente LIDE Ribeirão Preto e mediador do evento, destacou a importância dessa troca de informações entre os setores. “É fundamental conhecer soluções e compartilhar experiências.”
Na prática
João Naves, Presidente do Grupo Rodonaves, um dos convidados do evento, confirma que a atualização constante e a tecnologia são as alternativas para melhorar os processos de gestão logística. “Nós preparamos estruturas com planejamento e digitalização para conseguir fazer o gerenciamento completo. Principalmente no agro, a logística tem exigido mais especialização. E, para conseguir ter essa proximidade com o cliente, temos nossos centros de controle operacional”, contou.
André Rocha, Presidente da SIFAEG/SIFAÇÚCAR (Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás) também destacou que, por conta dos custos, o processo logístico da cadeia sucroenergética precisa ser cada vez mais eficiente. “É muito importante ter esse acompanhamento em tempo real e o controle de produtos e insumos. Em 2018, muitos setores sofreram com a greve dos caminhoneiros, foram surpreendidos. Por isso, nos últimos três anos, tivemos de trabalhar muito mais com inteligência e estratégia. Utilizar os instrumentos de TI para fazer o acompanhamento de estoques, de fornecedores e de produtividade, para assim sermos cada vez mais eficientes”, avaliou.
Para Marcelo Cosentino, Vice-Presidente de Segmentos TOTVS, esse é o ponto de reflexão para o setor de bioenergia. “É preciso enxergar o futuro e repensar as estratégias. No caso do varejo, o consumidor foi o grande motor das mudanças e a mesma coisa vai acontecer com o setor de bioenergia, que busca alternativas para se conectar com a demanda”, disse. Ainda segundo o especialista, em um período de dez anos essa transformação digital será a realidade do setor. “Saberemos exatamente tudo o que acontecerá em cada hectare. Com o avanço da tecnologia 5G no campo, será mais barato implantar as soluções digitais.”
Dennis Herszkowicz ainda destacou que o agro é a locomotiva do Brasil e, assim como o varejo, precisa investir em tecnologia para conectar diferentes dispositivos e gerar informações que serão processadas e resultarão em um ganho de produção, com redução de custos. Divulgação