Hoje a mecanização da colheita da cana-de-açúcar, somente no estado de São Paulo, já ultrapassa 90%. No restante do país, o ritmo do corte da matéria-prima com máquinas também segue a todo vapor. E não são apenas as colhedoras que fazem parte do cenário dos canaviais brasileiros. Cada vez mais, a mecanização é peça-chave em todo o processo de produção agrícola de cana-de-açúcar.
Mas não foi sempre assim. Na década de 1980, realizar as operações nos canaviais com máquinas não era comum. Imaginar que um dia os canaviais brasileiros fossem “high tech” estava mais próximo de um filme de ficção científica do que da realidade do setor canavieiro no Brasil. Mas, naquele momento, a agroindústria sucroenergética local tinha profissionais que já anteviam que as máquinas fariam parte do futuro da atividade no país.
Da necessidade de contribuir com a chegada de diferentes tecnologias de motomecanização aos canaviais brasileiros, surgia, em outubro de 1986, o Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético (GMEC). A iniciativa começou tímida, mas contou com a dedicação de muitos profissionais do setor. “Com o tempo, o grupo começou a tomar corpo e crescer em termos de associados e trabalhos técnicos”, diz Dário William Sodré, que na época era gerente de manutenção automotiva da Usina Santa Lydia, em Ribeirão Preto, e hoje é consultor da D2G Consultoria.
O Grupo teve papel fundamental, ao longo das últimas três décadas, no processo de aprendizado e de consolidação da mecanização em cana-de-açúcar no país. Para celebrar esta trajetória e comemorar os 30 anos do GMEC, acontece no Hotel JP, em Ribeirão Preto, no próximo dia 23 de novembro, uma solenidade comemorativa.
O evento, além de contar com programação de palestras técnicas, reconhecerá publicamente o trabalho das pessoas que criaram o Grupo, 30 anos atrás, e contribuíram para o seu crescimento. Entre 15 e 20 profissionais do setor serão homenageados.
Para participar do evento, as inscrições devem ser feitas em [email protected], até 16 de novembro. Confira abaixo a programação.
PROGRAMAÇÃO
7h30 – RECEPÇÃO E CREDENCIAMENTO
9h – 9h10 – ABERTURA
Wilson Agapito / Coordenador do GMEC
9h10 – 9h35 – USO ADEQUADO DOS INDICADORES DE MANUTENÇÃO
Ângelo Domingos Banchi / Assiste / Diretor
9h45 – 10h10 – ALTA PERFORMANCE NA COHEITA DE CANA
Luis Gustavo Teixeira / Usina São Martinho / Gerente Agrícola
10h20 – 10h50 COFFEE BREAK
11h10 – A ESTRUTURAÇÃO DO PCM AUTOMOTIVO CORPORATIVO
Rodrigo Zanatto / BIOSEV / Supervisor Corporativo de Manutenção Automotiva
11h45 – 12h10 – A EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO PROGRAMADA DAS COLHEDORAS DE CANA! UMA NOVA VISÃO CONCEITUAL
Dário Wilian Sodré / D2G Consultoria / Diretor
12h30 – 14h ALMOÇO
14h – 14h25 – LIMITES DE PESO NO TRANSPORTE DE CANA_DE_AÇÚCAR _ AUMENTO DE PBTC E DESAFIOS REGULATÓRIOS
Jose Wanderlei Zanardo Martin / Diretor de Engenharia da ACT
João Carlos Tavares Melo / Consultor Especialista
14h45 – 15h10 – A UTILIZAÇÃO DE TRANSBORDOS DE ALTA CAPACIDADE VOLUMETRICA COMO FATOR DE REDUÇÃO DE
CUSTOS DO CTT
Guilherme da Costa Nunes / COFCO AGRI / Gerente Agrícola Unidade Potirendaba
15h55 – 16h20 – A IMPORTANCIA DA FILTRAGEM DE ALTA PERFORMANCE NA REDUÇÃO DE CUSTOS
Edimilson Gomes Leal / Ferrari Agroindústria S.A / Gerente Manutenção Automotiva
16h40 – 17h10 COFFEE BREAK
17h20h – 17h45 – “GAMBIARRAS, ARRANJOS TÉCNICOS OU SOLUÇÕES OPERACIONAIS”
Wilson Agapito / Usina Santa Isabel / Gerente de Motomecanização / Coordenador do GMEC
18h05 – 19h05 – PALESTRA MAGNA
UMA LEITURA DO FUTURO DO AGRO E DA CANA
Marcos Fava Neves / Professor Titular da FEA-RP / USP
19h05 – 19h30 HOMENAGENS DO GMEC
19h30 – 22h COQUETEL DE ENCERRAMENTO E NETWORK
O SURGIMENTO DO GRUPO
O embrião do GMEC nasceu em um treinamento de gerência de Manutenção de Frota na fábrica da Mercedes Benz do Brasil, em São Bernardo do Campo. “Naquela ocasião, encontrei o Carlos Martins, que era Gerente de Manutenção da Usina São Geraldo, e o Armando Nicastro, que era Gerente de Manutenção Automotiva da Usina da Pedra, e comentei com eles que deveríamos pensar na hipótese da formação de um grupo do setor que fosse especializado em manutenção e motomecanização agrícola”, relata Dario William Sodré, consultor da D2G Consultoria.
A partir da primeira reunião, que foi na Santa Lydia no final de outubro daquele ano, o GMEC iniciava uma trajetória que foi fundamental para o processo de aprendizado e consolidação da mecanização na cultura canavieira no Brasil. “O grupo contribuiu de forma expressiva para esse processo de mecanização, nas décadas de 80 e 90 e, principalmente, com o advento do Protocolo Agroambiental no Estado de São Paulo, em 2007”, afirma Sodré.
Ao longo destes 30 anos, o Grupo teve cerca de 300 reuniões, que contaram com a participação de mais de 10 mil profissionais do setor sucroenergético, uma vez que sempre contou com apoio de usinas e unidades produtoras. Além disso, o GMEC conquistou a credibilidade dos fabricantes de máquinas e equipamentos, o que foi importante para que os trabalhos dessem resultados práticos.
Assessoria de imprensa