O Governo de Goiás quer reforçar a presença das energias limpas e renováveis na matriz energética do estado. A energia solar, por exemplo, ganhará mais espaço. O primeiro passo é a isenção de ICMS para micro e mini produtores de energia solar. Isso significa que os micros produtores – residências – e minis – shoppings, hospitais e empresas – serão isentos do imposto. O objetivo do governo é aumentar a produção de energia solar em 4% a 5% até 2024.
O Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Secima) , Vilmar Rocha diz que é preciso desenvolver este segmento para que a energia solar seja uma das bases da nossa matriz energética. “Goiás possui uma localização que permite sol à vontade”, pontua.
Assim, o governo traça medidas para incentivar a população a produzir a energia proveniente do sol. O governo estadual assinará nas próximas semanas uma portaria para simplificar a construção de energia solar em território goiano. “O impacto ambiental de uma usina solar é baixíssimo”, explica Rocha.
Ainda é prevista a realização de leilão estadual de energia solar. Medidas de caráter tributário para atrair empresas para produzirem maquinários e equipamentos em solo goiano é outra vantagem competitiva oferecida pelo governo. A quinta medida é a possibilidade de financiamento de pessoa física para instalar os equipamentos de energia solar em residências. “Será como financiar um carro”, explica o secretário. Atualmente existe financiamento apenas para pessoa jurídica no valor de até R$ 50 mil.
Goiás é um dos líderes em energias renováveis do Brasil, com produção de 10 mil megawatts de força hidroelétrica. No ranking nacional, o estado é também o segundo produtor de etanol do país e o segundo de biomassa. “Agora, vamos começar a produzir energia solar. Enfim, somos um estado que está fazendo seu dever de casa”, complementa o Governador de Goiás, Marconi Perillo.
Vilmar Rocha reitera que os incentivos serão para todas as cidades goianas. Esses argumentos foram expostos nos debates do Seminário Agronegócio e Energias Renováveis, realizado em Goiânia, no final de março. Os governadores de Goiás, Marconi Perillo e do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja participaram da programação. O Presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial também prestigiou o evento, que teve o banco como patrocinador. “O alinhamento do setor público e privado em favor do agronegócio, que é uma das principais vantagens competitivas do Brasil, é essencial para o crescimento do país e da produção”, ressaltou Rial.
Produção sustentável
De acordo com o governador Marconi Perillo, o seminário teve como objetivo mostrar como a integração entre agronegócios e energias renováveis pode tornar a economia brasileira mais produtiva e sustentável. O evento foi pautado pelo desafio que a população mundial enfrenta: produzir mais alimentos causando menos impactos ao meio ambiente.
Na oportunidade, Perillo lançou o programa Terra Boa, que visa a reabilitação de áreas degradadas no estado. “Não há mais a necessidade de cortar sequer uma árvore em Goiás. Temos pelo menos seis milhões de hectares de terras degradadas. Precisamos, efetivamente, é buscar alternativas para agregar valor a essas terras e com isso garantir mais produtividade e produção”, enfatizou.
“Goiás em relação ao Brasil e o Brasil em relação ao mundo têm papel relevante nesse debate. Hoje, somos a ponta do agronegócio moderno, diversificado e sustentável, que movimenta uma imensa cadeia de produção e consumo. Temos que ser também exemplo em sustentabilidade e produção que se retroalimentam, capaz de garantir a continuidade dos recursos ambientais”, disse.
Ao lembrar que o setor do agronegócio representa 20% do PIB brasileiro, Marconi destacou que os estados do Centro-Oeste – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal – foram responsáveis no ano de 2014, por quase R$ 20 bilhões de superávit primário, ano em que o Brasil amargou déficit comercial. “A crise é profunda, todos nós sabemos, e seus reflexos sociais e políticos, avassaladores. Mas a crise é passageira, como tantas outras. Pelo menos, espero. Só chegaremos lá com um olho na produção e outro na sustentabilidade”, avaliou.
O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético e presidente-executivo dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha complementa que a produção de energia renovável é vocação regional. “Temos grandes produtores de energia por biomassa.
Segundo ele, apenas um terço da produção de energia do setor sucroenergético é para atender a demanda das usinas, sendo que e o restante pode ser exportado para a rede.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia