A energia solar fotovoltaica é uma tecnologia que a cada dia consegue mais adeptos. Segundo Silvio Costa, sócio-diretor da BRS Energia, localizada em Goiânia (GO), este rápido crescimento se deve as vantagens oferecidas pela tecnologia como economia, proteção inflacionária e investimento. “É uma aquisição que o usuário tem economia na conta de imediato. A expectativa de vida das placas é de 25 anos, um longo período. E ao completar esta idade elas deverão gerar no mínimo 80% da eletricidade que geram após serem instaladas”, explica. Além do mais, o custo de manutenção é muito baixo, basta lavar os módulos com água e sabão a cada seis meses ou sempre que for identificada uma expressiva camada de poeira e averiguar das instalações elétricas, assim como qualquer outro sistema elétrico de um imóvel.
“Ao instalar as placas solares, o consumidor poderá pagar só a tarifa mínima e se livrar da inflação da compra da energia das distribuidoras para o resto da vida”, complementa.
O investimento no sistema ainda é um pouco elevado, mas vem reduzindo com o passar dos anos. A queda dos preços dos equipamentos fotovoltaicos no Brasil pode ser atribuída à redução de valor no mercado internacional, bem como à variação da cotação do dólar, ao aumento de investimentos no setor aumento da concorrência e à melhoria dos processos das empresas, cada vez mais eficientes. Para exemplificar, para gerar 120 kW por mês monofásico custa em média R$ 14 mil. Em geral, o retorno da compra é entre três a seis anos. “A taxa de retorno é maior que a do Tesouro Nacional e da poupança”, exemplifica Costa.
Além disso, a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaico geralmente é rápida e descomplicada. “As alocação das placas solares- também chamadas de módulos- e dos inversores requerem poucas ou nenhuma alteração na infraestrutura dos imóveis”, orienta Silvio Costa.
O sistema também permite o monitoramento da geração de energia. “Os inversores consentem acompanhar em tempo real o histórico da geração de eletricidade, com um aplicativo simples e didático, seja do smartphone ou computador. Desta forma, o consumidor pode saber quanta energia está produzindo,” pontua como outro benefício. Sem contar com a valorização do imóvel que possui placas solares de energia fotovoltaica.
A geração de energia fotovoltaica com sistemas fotovoltaicos conectados à rede garante um futuro sustentável para as gerações futuras, pois produz baixo impacto ambiental já que seu combustível é a luz do sol. Também não emitem gases ou ruídos e geralmente aproveitam espaços antes subutilizados, como os telhados.
O sócio-diretor da BRS Energia ainda menciona que o uso da tecnologia permite que empresas, comércios e indústrias realizem o “Marketing Verde”, agregando valor à imagem da marca. “Devido às políticas ambientais estamos cada vez mais exigentes ao consumir produtos e serviços. E ter energia solar fotovoltaica pode agregar valor à imagem”, explica.
Os Estados e a geração
Goiás vem seguindo este crescimento. Mensalmente a Absolar acompanha a evolução do setor e desenvolve um ranking por estados de micro e minigeração distribuída solar fotovoltaica. “Com o mapeamento destes dados do mercado brasileiro a Associação avalia a posição de cada estado, de acordo com o número de investimentos e a potência instalada em geração distribuída solar fotovoltaica”, explica o Presidente Executivo da Absolar, Rodrigo Lopes Sauaia.
Em dez meses, Goiás saltou da 14ª posição no ranking para 8ª posição. Para a Absolar, esta rápida evolução é devido a políticas públicas de incentivo à tecnologia. O estado lançou em fevereiro de 2017 o programa Goiás Mais Solar, que foi uma ação conjunta do Governo do Estado de Goiás com a Absolar, um trabalho desenvolvido em mais de um ano de organização – envolvendo as empresas e os profissionais do setor que atuam localmente.
“Com a publicação deste marco estadual, o setor começou a ganhar mais força, o mercado ganhou mais crescimento e acelerou o desenvolvimento”. Um exemplo é o número de empresas que atuam no setor. No início do ano passado eram entre 30 a 35 empresas atuando em Goiás. Depois do programa são mais de 100 empresas atuando com energia solar fotovoltaica no estado. Ou seja, mais que triplicou o número de empresas atuando no setor. “Também tivemos uma multiplicação do número de investimentos e, com isso, o estado subiu da 14ª para a 8ª, já em dezembro de 2017”, salienta Sauaia. Uma destas empresas no solo goiano é a BRS Energia. A companhia é pioneira e instalou em 2013 o primeiro sistema solar fotovoltaico em Goiás.
Em uma avaliação no final de 2017, o Governo de Goiás juntamente com a Associação verificou alguns gargalos. Ainda existe um espaço importante para a participação de empresas, comércio, empresas prestadoras de serviço, indústrias e do agronegócio na energia solar fotovoltaica no Estado de Goiás. “Ainda existem espaço para o setor avançar bastante, acreditamos que é fundamental que o Governo possa, a exemplo da boa iniciativa de Minas Gerais, onde já existe uma isenção de ICMS para energia solar fotovoltaica que não é para apenas até 1 MW, mas para até 5 MW”, explica. Neste encontro também foi alinhada outras questões, como a isenção para diferentes modalidades de computação de energia, a ausência na cobrança do uso da rede, etc. “Estes ajustes também podem ser incorporados pelos goianos”, indica.
Mesmo com todos estes incentivos, a Absolar acredita que a energia solar em Goiás e no Brasil ainda tem muito a crescer e evoluir. “O mercado é muito jovem, iniciativas tomadas como as do Estado de Goiás – que teve uma aceitação e envolvimento rápido e positivo por parte dos consumidores – permitiu um impacto bastante sensível e bom no posicionamento do Estado”, conclui Rodrigo.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia