Aprobio

Impasse entre setor produtivo e montadoras

A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), divulgou nota criticando o descumprimento dos prazos para viabilizar a adição de 15% de biodiesel ao diesel (B15). Segundo a entidade, representantes de montadoras não estariam seguindo o cronograma previsto, prejudicando assim, o processo para implementação do B15.

A entidade ressalta que estava previsto para 1º de março a apresentação de um relatório consolidado que validaria o aumento da mistura de biodiesel e aplicação de um cronograma anual de incremento a partir de junho de 2019. No entanto, a Aprobio diz que “esse prazo encontra-se ameaçado por um impasse provocado pelas fabricantes de veículos automotores”.

A Aprobio também relata o encontro do Grupo de Trabalho de testes para a utilização da mistura B15, realizado na última semana, no Ministério de Minas e Energia (MME), que  após as montadoras descumprirem o prazo de 31 de janeiro acordado anteriormente e reafirmado em ofício de 17 de janeiro, insistirem em mudar o modelo do relatório consolidado de testes e ensaios de motores, estabelecido pelo GT.

A nota da entidade também faz críticas à Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Automotores (Anfavea), que segundo a Aprobio, provocou um impasse ao afirmar que apresentaria um relatório consolidado pela entidade.

“Tal postura é oposta ao que havia sido acordado previamente: a consolidação conjunta de um relatório por integrantes do GT, dos quais três (3) são representantes das montadoras”.

A Aprobio ressalta que sete fabricantes encaminharam ao governo pareceres favoráveis ao aumento da mistura – dos quais apenas um fez ressalvas.

A Anfavea, por sua vez, defende que o aumento na mistura pode trazer uma série de problemas para os veículos e também para o meio ambiente, tomando como base testes feitos anteriormente.

“A conclusão dos testes mostrou que, caso o governo decida aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%, os veículos poderão apresentar danos ambientais, aumento de custo operacional para o transportador e impactos para a segurança do veículo. Principalmente para a frota em circulação que não está adaptada para o novo teor de biodiesel”, diz a nota da Anfavea.

A nota ressalta que foi um consenso entre as montadoras, que caso algum teste apresentasse problemas, a indústria se posicionaria de forma contrária ao aumento na mistura.

A entidade ainda esclarece que seguiu os prazos acordados com o Ministério que estipulou a data de 01 de março para entrega do relatório final.

B15 até 2023 – No ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a elevar o percentual de mistura de biodiesel ao combustível fóssil. O objetivo é que a mistura seja elevada gradativamente a cada ano, passando de 11% em 2019, chegando até os 15% em 2023. Datagro

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