O Projeto Módulos AgroEcológicos Sucessionais (MAES), da Associação de Mulheres Empreendedoras Rurais e Artesanais de Barro Alto e Santa Rita do Novo Destino (Amera), recebe apoio da Jalles Machado. A empresa faz a doação de torta de filtro, um resíduo do processo industrial rico em fósforo, cálcio e outros micronutrientes, que é utilizado para adubação orgânica.
O MAES é formado por dez famílias dos assentamentos Lagoa Seca e Lagoa Santa, localizados no município de Santa Rita do Novo Destino. O Projeto, viabilizado pela iniciativa privada, tem como objetivo a produção de alimentos orgânicos por meio de sistemas agroflorestais, garantindo a alimentação dessas famílias e a preservação ambiental.
Além disso, tem proporcionado um incremento na renda desses pequenos produtores rurais, que comercializam o excedente da produção na feira do produtor de Barro Alto, entregam aproximadamente 35 cestas por semana no Município e possuem um ponto de vendas no povoado de Placa.
De outubro de 2015 a fevereiro deste ano, foram doadas 120 toneladas de torta de filtro ao Projeto, entregues pela empresa nos assentamentos. “É muito gratificante poder contribuir com um Projeto que beneficia as famílias assentadas, o meio ambiente e a população, que passa a ter a oportunidade de consumir alimentos mais saudáveis”, ressalta o diretor-presidente da Jalles Machado, Otávio Lage Filho.
O coordenador do MAES, Luiz Cláudio Moura Santos, agradeceu a Jalles Machado pelo apoio. “Nós dependemos muito de parcerias. Agradecemos à Jalles Machado por ser uma de nossas parceiras e acreditar no nosso Projeto. Necessitamos de materiais orgânicos para preparar os canteiros e a torta é fundamental para essa composição, pois é muito rica em nutrientes”, afirma.
O Projeto
O sistema agroecológico, tecnologia adotada pelo MAES, é uma forma de produção sustentável de alimentos, sem uso de agrotóxicos e adubos químicos, que preserva o meio ambiente e a biodiversidade. Consiste em plantios agroflorestais, ou seja, em plantar várias espécies na mesma área, mas de forma coordenada observando o tempo e o espaço de cada uma, como ocorre na natureza.
Luiz Cláudio Moura Santos, explica que em um mesmo canteiro são plantados vários alimentos diferentes. “A cada cinco metros, fazemos uma linha de fruteiras, como mamão e banana, junto com eucalipto e café. Entre essas linhas, ficam os canteiros de hortaliças e outras plantas menores. Dessa forma, com 35 dias, o produtor pode fazer a primeira colheita de alface, por exemplo, para utilizar na sua alimentação e vender o excedente incrementando a sua renda. À medida que o canteiro é manejado, as outras espécies vão produzindo e ele vai colhendo e plantando novamente”, afirma.
Além disso, Luiz Claúdio ressalta que o projeto também considera a questão do gênero e a valorização do trabalho das mulheres. “Acreditamos na participação da mulher, pois são elas que essencialmente promovem a agricultura ecológica. Por isso, trabalhamos com uma associação de mulheres, a Amera”, completa.
De acordo com o coordenador, buscou-se desenvolver uma tecnologia para se trabalhar em módulos, onde cada família pode usar a sua área, a estrutura e os recursos que possui para atingir o seu objetivo, seja de produzir para o consumo próprio, para comercialização ou para recuperar locais degradados.
O início
O primeiro plantio com o sistema agroflorestal foi realizado há dois anos, na propriedade de Ginercina de Oliveira Silva, que hoje é presidente da Associação de Mulheres. “Devido à dificuldade de tratamentos e acesso à hospitais, iniciamos há cerca de três anos o cultivo de plantas medicinais para fabricação de remédios caseiros. Mas descobrimos que podíamos avançar e produzir alimentos, porque uma alimentação saudável é fundamental para uma boa saúde”, explica.
A unidade experimental da propriedade de Ginercia, no Assentamento Lagoa Seca, passou a ser modelo para os outros produtores rurais, que ao perceberem os resultados dos plantios, aderiram ao Projeto e passaram a acreditar nessa nova forma de produzir alimentos.
Luzia Dalva da Silva Souza é uma das produtoras rurais que passou a integrar o projeto. Há 25 anos no assentamento Lagoa Seca, iniciou o primeiro plantio agroflorestal em julho do ano passado, com apoio do esposo Valtenor Luiz de Sousa. “É trabalhoso, mas é uma forma de agregarmos valor, pois além de garantir a alimentação da minha família, vendemos o excedente para aumentar a nossa renda. Além disso, ainda contribuímos com o meio ambiente. Aqui era um local degradado e hoje a horta fez com que o verde voltasse”, afirma.
Alimentação saudável
Josimara Aparecida Sodré, que mora no assentamento Lagoa Seca há dez anos, possuía uma horta convencional e decidiu mudar a forma de produzir. “Apostei na agrofloresta para ter mais qualidade de vida. Os agrotóxicos e os adubos químicos são muito prejudiciais à saúde. Além disso, o preço desses insumos é alto e acaba diminuindo muito a rentabilidade do pequeno produtor”, ressalta.
A produtora rural afirma que o início foi difícil, pois é bem mais complicado produzir alimentos sem os defensivos agrícolas. “No começo tive muitas dificuldades, pois estava acostumada com o método convencional, mas ao ver os resultados, mudei totalmente para a agrofloresta e agora quero aumentar a minha área de orgânicos”, explica.
Ela comercializa os alimentos aos domingos na feira de Barro Alto e no povoado de Placa e garante que os fregueses preferem os orgânicos. “As pessoas já estão percebendo a diferença dos alimentos produzidos sem adubos químicos e agrotóxicos. Afirmam que têm mais sabor, são mais bonitos, duram mais na geladeira e não amarelam, principalmente as folhas, como alface e couve. Então, temos conquistado muitos clientes e estou muito satisfeita”, afirma.
Josimara também agradeceu à Jalles Machado pela parceria. “A torta é de fundamental importância para nós. Depois que passamos a utilizá-la, percebemos muitos benefícios no crescimento e no vigor das plantas, principalmente nas hortaliças. Sem a torta é possível fazer a horta, mas não se tem a mesma qualidade nos alimentos”, completa.
Mutirões
Para realizar os plantios e o manejo das hortas, são realizados mutirões semanais, sempre às quintas-feiras, quando as dez famílias que integram o projeto se reúnem e trabalham em uma única propriedade.
Na última semana, a beneficiada com o mutirão foi a família da assentada Poliana de Almeida, que está fazendo o primeiro plantio de horta. Ela está há 5 meses no assentamento Lagoa Seca, com o esposo, Jocélio Antônio Tavares, e a filha Eloá Tavares. “Decidimos fazer parte do projeto, porque ficamos encantados com os resultados que os nossos parceiros já alcançaram. A nossa intenção é ter uma alimentação mais natural e saudável e poder comercializar também, garantindo uma renda extra, como já fazem as outras famílias”, ressalta Poliana.
Para adquirir os alimentos e saber mais sobre o projeto acesse: www.projetomaes.com
facebook.com/projetocerradovivoamera
Assessoria de imprensa da Jalles Machado