Pela primeira vez na história de leilões para suprimento de energia para o mercado cativo projetos de empreendimentos que efetuam o tratamento térmico de RSU entram no certame
O leilão de energia nova A-5 está previsto para acontecer em setembro deste ano e terá projetos de geração de energia por meio de resíduos sólidos urbanos (RSU). É a primeira vez que um leilão para suprimento do mercado regulado terá entre as fontes energéticas esse tipo de energia.
A ABREN é a principal associação responsável pela venda de energia gerada nas usinas de recuperação energética de RSU. Neste certame foram cadastrados 315 MW de potência instalada de empreendimentos que efetuam o tratamento térmico de RSU. Estão inscritos no certame 12 projetos, distribuídos nos Estados de São Paulo (254 MW), Rio de Janeiro (31 MW) e Paraná (30 MW). Desses, a ABREN tem conhecimento que três projetos estão licenciados, sendo dois na região metropolitana de São Paulo e um no Rio de Janeiro, sendo que a disputa deste tipo de energia no leilão será realizada entre projetos similares.
O presidente acredita que esses leilões são indispensáveis para o financiamento de projetos de recuperação energética de grande porte, (waste-to-energy – WTE), sob a modalidade project finance. “A venda antecipada da energia elétrica permite o oferecimento dos recebíveis ao agente financeiro a juros reduzidos, que somado à constituição de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), tem grande potencial de atrair investidores, inclusive de outros setores, em razão da desnecessidade de garantias pessoais e segurança do negócio”, disse ele.
Os 13 países com uma taxa tratamento de RSU via recuperação energética superior a 25% estão também entre os 16 primeiros no Índice de Saúde e Bem-Estar do Fórum Econômico Mundial. A instalação de tais usinas permite, portanto, incomensuráveis benefícios à saúde da população.
Segundo estudos da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), o custo do atendimento médico à população afetada é calculado entre 10 e 20 $/T de RSU, o equivalente a uma média de 75 R$/t. Somente nas 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes, seria possível economizar cerca de R$ 2,4 bilhões por ano, ou R$ 72 bilhões em 30 anos na saúde pública.
Vale ressaltar que os 13 países com uma taxa de tratamento térmico de RSU, superior a 25% do total gerado, estão também entre os 16 primeiros países no Índice de Saúde e Bem-Estar do Fórum Econômico Mundial. A instalação de usinas WTE permite incomensuráveis benefícios à saúde da população.
A ABREN defende a utilização da recuperação energética como alternativa aos aterros sanitários existentes, e a imediata implementação de aterros sanitários nos locais em que existem lixões e aterros controlados. Logo, os aterros sanitários são importantes neste momento de transição, mas jamais podem ser encarados como solução definitiva. (Assessoria ABREN)