Como fazer a lubrificação correta de maquinas e equipamentos

Devido às necessidades e a modernização dos equipamentos, os lubrificantes sofreram alterações tecnológicas para atender as necessidades extremas em processos industriais. Existem várias empresas no mercado que fabricam vários tipos de lubrificantes, de origem mineral, sintética e especiais e é pertinente a premissa de que para uma boa manutenção, de qualquer equipamento,  também se faz necessária uma boa lubrificação.  Por esse motivo, os responsáveis pelo maquinário e equipamentos no setor agrícola e agroindustrial devem estar atentos. Especialistas pedem atenção especial aos equipamentos de criticidade “A”.  Na área agrícola eles são as colhedoras e comboios para abastecimento e lubrificação em campo. Na área industrial, as turbinas e redutores, incluindo os planetários das moendas e difusores. Mas vale ressaltar que todos os equipamentos precisam de lubrificação,  com produtos e intervalos diferentes, evidentemente.

Prevenção

O especialista em lubrificação da Laapsa – Lubrificantes de Alta Performance, Humberto Ávila, explica que, quando não se desenvolve um plano de lubrificação adequado, toda a estratégia do setor fica prejudicada, criando-se  a necessidade de atuação intensa na manutenção corretiva, que é mais cara. “Somos solidários aos projetos que buscam a implantação de uma manutenção preventiva e preditiva e, acima de tudo, que motivem uma manutenção proativa, objetivando melhoria na disponibilidade e longevidade dos equipamentos”, explica. Ávila destaca que a manutenção corretiva é de custo alto. “Como o próprio nome diz, uma correção do que não foi feito perfeitamente é sempre mais cara. Diferentemente da manutenção preventiva ou preditiva, que é de baixíssimo investimento e disponibilizará mais e melhor o equipamento”, complementa. Na indústria, por exemplo, o plano de lubrificação deve ser elaborado por especialistas e seguir uma sequência criteriosa de análises diárias dos equipamentos e suas temperaturas, com o foco de localizar o ponto de equilíbrio de uma boa lubrificação com economia.

Alto desempenho

Atualmente, a lubrificação é fator decisivo no poder de competitividade, sendo uma fonte de ganhos, proporcionando melhorias na performance dos equipamentos e, principalmente, na redução dos custos de manutenção. Segundo a engenheira e educadora da Sil – Inteligência em Lubrificação, Lisandra Nascimento Cobu, os impactos da má lubrificação na longevidade dos equipamentos e seus componentes têm sido estudados em todo o mundo. “Os resultados das pesquisas e desenvolvimentos estão disponíveis. Hoje temos acesso a programas, procedimentos e novas tecnologias para aumentar a eficiência da lubrificação, a disponibilidade dos ativos produtivos e trazer resultados financeiros relevantes às usinas, por meio da implantação de projetos consistentes para o aumento da eficácia da lubrificação.”

A engenheira afirma que um Programa de Lubrificação Avançada pode ser válido para ganhos econômicos. Como exemplo, ela cita o caso de uma Usina de grande porte, com três linhas de moendas na área industrial, 40 colhedoras e dez comboios na área agrícola. O primeiro passo do programa realizado foi uma auditoria minuciosa para identificar as boas práticas existentes e as oportunidades de melhorias. O próximo passo foi o investimento em melhorias de alto impacto para a lubrificação dos equipamentos críticos, já identificados anteriormente. “Todas as ações devem ser realizadas de forma sistêmica, geralmente por meio de “campanhas” para sanar problemas pontuais que se perdem com o passar do tempo”, explica Lisandra.

Foram investidos de R$ 250 mil em melhorias nos equipamentos, mais R$ 100 mil em Consultoria para Implantação do Programa de Lubrificação Avançada – Coaching. Além disso, foi realizado um treinamento com 2.800 horas, para cerca de 70 profissionais de manutenção, ligados direta e indiretamente à lubrificação dos equipamentos. Os resultados foram satisfatórios. Ao final da safra a usina apresentou maior disponibilidade operacional, com aumento do tempo entre falhas. Outro ponto satisfatório foi o menor consumo de energia elétrica com os motores elétricos de grande porte e a menor produção de resíduos de lubrificantes destinados ao descarte. O ganho real obtido foi de R$ 2 milhões, com economia de lubrificantes e menores índices de falhas, substituições e reparos em componentes hidráulicos. “Ao incluirmos as atividades de lubrificação como uma estratégia importante na Gestão dos Ativos nas usinas produtoras de biocombustíveis, teremos como resultado menores custos de produção e empresas cada vez mais competitivas”, finaliza a engenheira.

 

Canal-Jornal da Bioenergia

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