Milho: um contexto de produção cada vez mais promissor

Divulgação CNA

A produção de milho no Brasil vive um momento de consolidação e reconfiguração estratégica, impulsionada tanto pela demanda interna quanto pelo papel crescente do grão na matriz energética nacional. Tradicionalmente associado à alimentação animal e às exportações, o milho passa a ocupar posição ainda mais relevante com a expansão da indústria de etanol, especialmente no Centro-Oeste.

Atualmente, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de milho, com crescimento sustentado principalmente pela segunda safra, a chamada safrinha, que já responde por mais de 70% da produção nacional. Estados como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná lideram esse avanço, apoiados por ganhos de produtividade, melhoramento genético, manejo mais eficiente e uso crescente de tecnologias no campo.

Os caminhos da produção de milho no país estão cada vez mais ligados à intensificação sustentável. A adoção do plantio direto, a rotação de culturas com a soja, o uso racional de fertilizantes e defensivos, além da agricultura de precisão, permitem maior estabilidade produtiva mesmo diante de desafios climáticos. Ao mesmo tempo, cresce o investimento em armazenagem e logística, fundamentais para reduzir perdas e dar mais previsibilidade ao produtor.

Nesse contexto, o milho ganha protagonismo como matéria-prima para a produção de etanol. As usinas de etanol de milho, que se multiplicaram nos últimos anos, especialmente no Centro-Oeste, representam uma alternativa estratégica para agregar valor à produção local, reduzir custos logísticos e diversificar a matriz energética brasileira. Diferentemente do etanol de cana-de-açúcar, cuja produção é sazonal, o etanol de milho permite operação industrial ao longo de todo o ano, garantindo maior estabilidade ao setor.

Além do biocombustível, a cadeia do etanol de milho gera coprodutos relevantes, como o DDG (grãos secos de destilaria), utilizado na alimentação animal, e o óleo de milho, ampliando a integração entre agricultura, pecuária e indústria. Esse modelo fortalece economias regionais, gera empregos e contribui para a interiorização do desenvolvimento.

Do ponto de vista energético e ambiental, o etanol de milho reforça a estratégia brasileira de descarbonização do setor de transportes. Inserido no RenovaBio, o biocombustível contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando associado ao uso de fontes renováveis de energia nas usinas e a práticas agrícolas de baixo carbono.

Assim, os caminhos da produção de milho no Brasil apontam para um modelo cada vez mais integrado, no qual alimento, ração e energia coexistem de forma complementar. A importância do grão para a produção de etanol transcende a lógica econômica e se consolida como parte de uma estratégia nacional que une segurança energética, sustentabilidade e competitividade no cenário global.

Editor-Canal-Jornal da Bioenergia

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