Moagem acumulada cresce 4,5% na safra 20/21

A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas do Centro-Sul totalizou 44,39 milhões de toneladas na 1ª metade de setembro, aumento de 12,08% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2019/2020.

No acumulado desde o início do ciclo 2020/2021 até 16 de setembro, a moagem somou 459,45 milhões de toneladas – crescimento de 4,56% no comparativo com o mesmo período do último ciclo agrícola.

A recuperação da moagem na primeira quinzena de setembro em relação ao valor observado no final de agosto deste ano aconteceu principalmente no Paraná, Mato Grosso do Sul e nas regiões de Assis e Piracicaba, que foram as áreas mais impactadas pelas chuvas no mês anterior.

“O clima seco dos últimos meses favoreceu a operacionalização da colheita e permitiu esse crescimento de 20 milhões de toneladas na moagem registrada até o momento”, destaca o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues. “Apesar de não refletir a condição geral do Centro-Sul, já ouvimos relatos de empresas que, para evitar pausas, estão avançando na área de colheita e processando cana-de-açúcar antes do período ideal, com possível prejuízo de produtividade e qualidade”, acrescentou.

A qualidade da matéria-prima processada na primeira quinzena de setembro, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), aumentou 3,15%, atingindo 159,09 kg por tonelada em 2020, contra 154,23 kg verificados na mesma quinzena do último ano. No acumulado, o indicador assinala 141,24 kg de ATR por tonelada, com aumento de 4,49% em relação ao valor da safra 2019/2020.

Em relação ao número de usinas em operação, 258 empresas registraram produção até dia 16 de setembro, ante 257 unidades industriais em igual data do último ano. Na primeira quinzena de setembro, 1 unidade de Goiás e 2 unidades de São Paulo já encerraram precocemente a safra 2020/2021.

Produção de açúcar e de etanol

Reflexo da maior moagem, da melhor qualidade da cana-de-açúcar e do mix mais açucareiro, a produção de açúcar aumentou 55,96% nos 15 primeiros dias de setembro, com 3,18 milhões de toneladas fabricadas neste ano. No agregado desde o início da safra, a produção de açúcar atingiu 29,07 milhões de toneladas, ante 20,05 milhões de toneladas em igual período de 2019.

Como reflexo, 47,01% da cana-de-açúcar foi destinada ao açúcar até o dia 16 de setembro, ante 35,43% registrados na mesma data de 2019.

Rodrigues ressalta que “a mudança no mix de produção reflete a maior competitividade do adoçante brasileiro no mercado internacional. Com cerca de 75% da safra processada, a produção de açúcar apresenta aumento de 9,00 milhões de toneladas, sendo aproximadamente 6,8 milhões decorrentes da alteração do mix de produção e o restante do avanço de moagem e da melhor qualidade da matéria-prima colhida”.

O volume fabricado de etanol, por sua vez, registrou queda de 4,65% com um total de 2,29 bilhões de litros na primeira quinzena de setembro. Desse total, o volume de etanol anidro aumentou 9,01%, atingindo 745,37 milhões de litros. A produção quinzenal de hidratado apresentou queda de 10,07%, totalizando 1,54 bilhão de litros.

No acumulado desde o início da safra até 16 de setembro, a produção de etanol alcançou 21,26 bilhões de litros, dos quais 14,90 bilhões de litros de etanol hidratado e 6,36 bilhões de litros de etanol anidro.

Em relação ao etanol de milho, foram fabricados 99,88 milhões de litros na primeira metade de setembro de 2020. No agregado desde o início da safra 2020/201 até 16 de setembro, a produção somou 1,01 bilhão de litros, aumento de 94,47% sobre o volume apurado para o mesmo período de 2019.

A produção de etanol de milho tem apresentado crescimento e deve ampliar a oferta do biocombustível nos próximos meses de safra. “Uma mudança que observamos nessa quinzena foi o maior direcionamento da matéria-prima para a fabricação de etanol anidro: a produção quinzenal de anidro de milho chegou a 45,56 milhões de litros na primeira quinzena, contra cerca de 26 milhões de litros nas quinzenas anteriores”, esclareceu Rodrigues.

Vendas de etanol

O volume comercializado nos primeiros quinze dias de setembro deste ano somou 1,33 bilhão de litros, praticamente o mesmo valor registrado em igual período de 2019 (1,33 bilhão de litros). Desse total, as exportações mantém ritmo aquecido com o embarque de 155,75 milhões de litros para o mercado externo.

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado somaram 813,48 milhões de litros na primeira metade de setembro, redução de 13,57% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (941,25 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou sensível aumento de 9,09%: 367,46 milhões de litros vendidos em 2020, contra 336,85 milhões de litros em 2019.

“A retração nas vendas de etanol hidratado combustível nesta quinzena foi inferior àquela verificada nos outros meses da safra e, além disso, foi parcialmente amenizada pelo crescimento das exportações e pelas vendas de etanol anidro”, analisa Rodrigues.

“Apesar da melhora, números preliminares de mercado indicam que o consumo de combustíveis leves ainda segue em queda no País em função das medidas de isolamento e das alterações no padrão de mobilidade no País”, acrescentou.

No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de setembro, as vendas de etanol pelas empresas do Centro-Sul acumulam retração próxima a 16,29%, somando 13,08 bilhões de litros. Desse total, as exportações acumulam alta de 34,05%, totalizando 1,25 bilhão de litros, e as vendas de mercado interno registram redução em torno de 19,47%, atingindo 11,82 bilhões de litros. Unica

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