A moagem de cana na segunda quinzena de julho na região Centro-Sul atingiu 48,93 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 4,31% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 46,91 milhões de toneladas foram processadas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 282,79 milhões de toneladas ante 305,45 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 7,42%.
O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, destaca que “a segunda quinzena de julho intensificou a trajetória positiva da primeira metade do mês e marcou um avanço na moagem. No mês fechado, o processamento de cana-de-açúcar cresceu 2,31%, a primeira variação positiva em um mês na safra 2022/2023. Esse resultado é reflexo do aumento na produtividade da lavoura e, concomitantemente, do bom aproveitamento de tempo da indústria neste período mais seco do ano”. Rodrigues acrescenta que “o aumento do rendimento agrícola observado no mês de julho deve se repetir nos próximos períodos, devido ao baixo desempenho desse indicador na safra passada, que representa os menores valores dos últimos 10 anos, em função da estiagem e impacto de geadas”.
A qualidade da matéria-prima colhida na segunda metade de julho, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou aumento de 0,57% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 148,26 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, o indicador segue com uma queda de 2,42% marcando 133,56 kg de ATR por tonelada.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda quinzena de julho totalizou 3,3 milhões de toneladas (+8,4%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 15,97 milhões de toneladas, frente às 18,37 milhões de toneladas do ciclo anterior (-13,04%).
Nos últimos quinze dias de julho, 2,41 bilhões de litros (+2,78%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,41 bilhão de litros (+2,98%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 1,00 bilhão de litros (+2,49%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 13,65 bilhões de litros (-4,16%), dos quais 8,48 bilhões consistem em etanol hidratado (-5,31%) e 5,17 bilhões em anidro (-2,21%).
O diretor da Unica destaca que “os quinze dias finais do mês de julho marcaram um recorde na produção de etanol anidro em uma quinzena. O volume de 1 bilhão de litros fabricados superou a máxima anterior, de 979 milhões fabricados nesse mesmo período, da safra 2021/2022”.
Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de julho registrou 191,51 milhões de litros, contra 169,52 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 12,97%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 1,33 bilhão de litros – avanço de 29,58% na comparação com igual período do ano passado.
O executivo da Unica comenta que “a maior disponibilidade de matéria-prima na quinzena, resultado de condições climáticas favoráveis a operacionalização da colheita, aliado a maior qualidade da cana, possibilitou uma maior fabricação de açúcar e etanol. Com a contribuição dos produtores de etanol de milho, o aumento superior a 8% da produção de açúcar foi acompanhado por um avanço de quase 2,8% na fabricação de etanol”.
Vendas de etanol
No mês de julho, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 2,48 bilhões de litros de etanol, o que representa um recuo de 6,63% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,39 bilhão de litros, que representa uma retração de 7,58% em relação ao ano anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, recuaram 3,16%, totalizando 937,09 milhões de litros no mês. No acumulado da safra, foram comercializados 5,5 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-7,08%) e 3,35 bilhões de litros de etanol anidro (+1,65%).
O diretor da Unica comenta que “a despeito da queda nas saídas de etanol hidratado quando observada a variação entre safras, as vendas de julho registram um incremento de 4,11% em relação a junho de 2022, puxada principalmente pelo volume comercializado na primeira quinzena do mês”.
Desde o início da safra 2022/2023, as vendas globais (mercado interno e exportação) das unidades produtoras totalizam 9,5 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 3,15% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 5,72 bilhões de litros (-9%); já as de anidro, 3,78 bilhões de litros (+7,29%).
Mercado de CBios
Dados da B3 mostram que, até o dia 8 de agosto, a parte obrigada do programa RenovaBio já havia adquirido cerca de 24,96 milhões de créditos de descarbonização. Esse volume representa 69% da meta de aquisição total para o ano corrente. (Unica)