O maior aproveitamento de resíduos agrícolas (bagaço e palha de cana) para a geração de bioeletricidade, além do emprego de novas tecnologias na utilização da vinhaça, um biofertilizante, para a produção de biogás, que posteriormente é convertido em eletricidade limpa e renovável, são avanços que podem aumentar ainda mais a presença da indústria canavieira no mercado elétrico.
Este foi o recado dado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), representada pelo seu gerente em Bioeletricidade, Zilmar de Souza, e pelo consultor Ambiental e de Recursos Hídricos da entidade, André Elia Neto, durante o CAMPETRO Energy 2016, realizado em Campinas (SP), no dia 29 de novembro. O evento foi organizado pelo Departamento de Infraestrutura do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP-Campinas) com suporte da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e diversos apoiadores estratégicos, como a própria UNICA.
Focado em potencializar a energia do amanhã, o CAMPETRO desenvolveu análises sobre o que há de mais novo e tecnológico no mercado de gás, bioenergia, energia eólica, solar e petróleo. O evento reuniu aproximadamente 600 executivos ligados ao segmento elétrico nacional e autoridades como Dirceu Abrahão, subsecretário de Petróleo e Gás da Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, Antonio Celso de Abreu Jr., subsecretário de Energias Renováveis da mesma Pasta. Na abertura do encontro, os dois pontuaram a importância das políticas de gás natural e de biometano do governo Estadual.
A UNICA marcou participação em dois painéis temáticos: “Novas tecnologias para Vinhaça”, com André Elia Neto; e “A Bioeletricidade e o Setor Sucroenergético Brasileiro: Oportunidades e Desafios”, tendo como palestrante Zilmar de Souza.
Para Elia Neto, “o evento apresentou mais uma oportunidade em se demonstrar o uso sustentável da vinhaça na fertirrigação dos canaviais, e também o potencial da geração de novas fontes renováveis de energia com a produção de biogás e biometano a partir da tecnologia de biodigestão de vinhaça.”
Já Souza salientou o papel da bioeletricidade nas metas assumidas pelo governo brasileiro no Acordo de Paris, documento aprovado por quase 200 países. Segundo as metas brasileiras, de 2014 até 2030, estima-se que a fonte biomassa deverá crescer mais de 300% na oferta para o Sistema Interligado Nacional (SIN). “Para isto, precisamos urgentemente de uma política setorial adequada para a bioeletricidade na matriz energética” avaliou o especialista.
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