Por Ronaldo Koloszuk, Rodrigo Sauaia e Rodolfo Meyer
A tecnologia solar fotovoltaica evoluiu de forma significativa na última década: avanços importantes no processo de manufatura, novos recordes de eficiência dos módulos fotovoltaicos e o barateamento dos equipamentos tornaram a eletricidade do sol cada vez mais acessível a todas as camadas da população. Porém, é importante destacar que o mercado é movimentado e desenvolvido não apenas por equipamentos, mas principalmente por pessoas.
O capital humano é – e sempre será – a maior riqueza do setor solar fotovoltaico, em especial no segmento de geração distribuída (GDFV), com sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos.
Embora os fabricantes de equipamentos, os integradores e os distribuidores exerçam um papel importante no mercado de GDFV, são os instaladores que têm promovido uma verdadeira revolução econômica e sustentável no Brasil e no mundo, já que estão na linha de frente, em contato direto com os consumidores finais.
Mapeamento recente mostra que há no País mais de 12 mil empresas de instalação, espalhadas por todo o território nacional. De norte a sul do Brasil, os instaladores são os grandes responsáveis pela disseminação da tecnologia solar fotovoltaica junto aos mais de 208 milhões de brasileiros.
De 2012 até hoje, esses guerreiros já inseriram mais de 990 megawatts (MW) de potência instalada na matriz elétrica nacional, em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica junto a residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.
Vale lembrar que a fonte solar fotovoltaica agrega inúmeros benefícios para o progresso do País, dentre os quais: redução de gastos com energia elétrica, atração de investimentos, geração de empregos locais de qualidade, redução de impactos ao meio ambiente, redução de perdas elétricas na rede nacional, postergação de investimentos em transmissão e distribuição e alívio do sistema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses de verão, entre muitos outros.
Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 74,0% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (17,2%), consumidores rurais (5,4%), indústrias (2,8%), poder público (0,6%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).
No total, o Brasil possui hoje mais de 93.000 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental a mais de 116.000 unidades consumidoras, somando mais de R$ 5,5 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do País.
Estima-se que o mercado de GDFV cresça a uma taxa de cerca de 500 novas empresas por mês no Brasil, com a perspectiva de chegar no fim do ano de 2019 com aproximadamente seis mil novas companhias entrantes no segmento solar fotovoltaico nacional.
Somente nos últimos 12 meses, as empresas de engenharia e instalação que atuam no segmento de GDFV adicionaram aproximadamente 8 mil novos empregos ao País, um enorme feito na situação econômica atual.
Em pesquisa realizada no primeiro semestre deste ano com mais de 1.500 empresas, constatou-se que: 41,2% delas trabalham com energia solar fotovoltaica há menos de um ano; 27,1% de um a dois anos; 19,5% de dois a três anos; e apenas 12,3% atuam há mais de quatro anos. Outro dado interessante: 6% das empresas ultrapassaram a marca de 50 sistemas instados; 57,9% instalaram de 10 a 50 sistemas; e 36,4% ainda não completaram suas três primeiras instalações. Um mercado repleto de novos entrantes, iniciando suas jornadas no setor.
Do total de sistemas fotovoltaicos instalados até hoje em GDFV, cerca de 25.000 projetos já foram submetidos para certificação e avaliação dos próprios consumidores. Com isso, já são mais de 1.400 empresas instaladoras que possuem um selo de qualidade.
Embora o mercado solar fotovoltaico seja ainda muito recente no País, as previsões e projeções indicam que, em questão de poucos anos, será um dos mais relevantes dentro do setor elétrico brasileiro.
Tal perspectiva é amparada também pelo forte apoio da população brasileira à tecnologia. Levantamento realizado pelo Ibope Inteligência em 2018 apontou que 9 em cada 10 brasileiros quer gerar energia renovável em casa. Pesquisas realizadas pelo Ibope Inteligência, em 2018 e 2017, pelo Datafolha, em 2016, e pelo DataSenado, em 2015, comprovaram que a fonte solar fotovoltaica conta com amplo apoio de mais de 85% da população brasileira.
Por isso, não restam dúvidas: o futuro do Brasil é solar fotovoltaico e os instaladores terão papel importante como os guerreiros que ajudarão a construir este futuro renovável, limpo, sustentável, competitivo e cada vez mais brilhante ao País e à nossa sociedade. Avante energia solar fotovoltaica!