André Rocha, presidente executivo do Sifaeg/Sifaçúcar e do Sindicato da Indústria de Geração de Bioenergia de Goiás (Sind-Bio), além de presidir a FIEG (Federação das Indústrias de Goiás), explica o recém-sancionado Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten). A iniciativa reforça o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável e a liderança global na descarbonização.
Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o Paten promove tecnologias limpas e amplia a matriz energética renovável. O programa facilita o acesso ao crédito para empresas com valores a receber da União, como precatórios e créditos tributários, permitindo o financiamento de projetos voltados à transição energética. O Fundo Verde, gerido pelo BNDES, será a principal fonte desses recursos, viabilizando investimentos em iniciativas de baixo carbono sem exigir garantias reais, o que reduz custos para empreendedores.
As áreas contempladas incluem combustíveis sustentáveis, valorização energética de resíduos, modernização da infraestrutura elétrica e substituição de fontes poluentes por alternativas renováveis. O Paten também impulsionará pesquisas em captura e armazenamento de carbono, hidrogênio verde, biogás e outras soluções inovadoras em energia sustentável.
Confira a entrevista com Rocha sobre o Programa.
Canal – Jornal da Bioenergia: Como a criação do Paten pode ajudar, na prática, o setor?
André Rocha: O Paten é fundamental porque atenua um dos maiores desafios da transição energética: o alto custo de financiamento. Ele cria linhas de crédito para incentivar a produção de energia limpa e renovável, utilizando o Fundo Verde do BNDES. Além disso, permite que empresas utilizem precatórios e créditos tributários para financiar projetos sustentáveis.
Canal: Qual a importância deste tipo de incentivo?
André Rocha: Esse incentivo está alinhado com outras iniciativas do governo federal, como a Mobilidade Verde e o Combustível do Futuro. Ele direciona o Brasil para um caminho sólido na transição energética, reconhecendo nossa matriz elétrica limpa e a biodiversidade do país. Além disso, promove o desenvolvimento econômico e social, especialmente em regiões carentes, como o Centro-Oeste.
Canal: Quais são as expectativas com a aprovação do programa?
André Rocha: Esperamos um grande volume de investimentos, principalmente no setor de bioenergia. O programa deve impulsionar o etanol de segunda geração, o etanol de milho, biogás e biometano, além de modernizar a infraestrutura do setor. Goiás, por exemplo, deve ser um dos estados mais beneficiados, já que possui o segundo maior parque de biocombustíveis do Brasil.
Canal: Há perspectiva de crescimento dos biocombustíveis?
André Rocha: Sim, e de forma expressiva. Com mais acesso ao crédito, as empresas poderão ampliar a produção de combustíveis renováveis, como etanol e biodiesel. Isso fortalecerá a competitividade do setor e contribuirá para a descarbonização da matriz energética brasileira.