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Pesquisa transforma óleo e gordura em biocombustível

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) desenvolveram uma forma reaproveitar o óleo e a gordura coletados no restaurante universitário da instituição e transformá-los em um biocombustível ecologicamente correto e com valor agregado.

Cerca de seis mil refeições são produzidas diariamente no restaurante universitário da UFPA e a produção gera resíduos desde o preparo da comida até a lavagem dos alimentos e das louças. O óleo e a gordura excedentes do processo não possuíam um destino específico e eram descartada na rede pública de esgoto.

O óleo e a gordura coletados são levados para um laboratório, por onde passam por quatro processos diferentes para gerar biocombustível. Por meio dele, foi possível produzir gasolina, querosene e diesel, substâncias com uma semelhança de 80% com os combustíveis fósseis derivados do petróleo, segundo os pesquisadores.

“Essas frações líquidas são submetidas a uma série de análises físico-químicas, para saber se essas frações de biocombustíveis estão dentro das especificações da Agência Nacional de Petróleo”, explica o pesquisador Nélio Machado, professor de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA.

O projeto é resultado de quatro anos de pesquisa para o doutorado do professor Hélio Almeida. “A partir da produção desse biocombustível, esse material pode ser utilizado na frota da universidade. Nós estamos produzindo energia e, ao mesmo tempo, tratando um material que é lesivo ao meio ambiente”, afirma o professor Almeida.

O biocombustível ainda está em fase de testes e é produzido em pequena escala. A ideia é aumentar a produção para atender a frota da universidade e depois expandir o uso, de acordo com Neyson Mendonça, professor de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA.

“A ideia agora é entrar para a escala piloto onde vamos poder colocar, por exemplo, na antiga área do aterro do Aurá, a instalação de uma unidade semi-industrial que possa receber essas descargas indevidas e começar a produzir esse biocombustível. Com isso a gente vai conseguir agregar um passivo ambiental tratando (os resíduos) e também vamos conseguir gerar postos de emprego e renda, porque você vai estabelecer um fluxograma de coleta e recebimento desse material e, depois, uma comercialização no sistema alternativo de produção do biocombustível”, detalha o professor Mendonça.

Portal G1

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