Nos últimos anos, a bioeletricidade vem ganhando espaço na matriz energética brasileira. A fonte biomassa, atualmente, ocupa o 3º lugar na geração, atrás da hídrica e da fóssil, representando 9% da potência concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Os dados são do boletim ‘A Bioeletricidade em Números’, do mês de julho, divulgado pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), que também revela que a energia gerada pela indústria da cana equivale a 7% da capacidade instalada no Brasil, e a 77% da fonte biomassa.
Segundo a publicação, em 2017, a bioeletricidade ficou concentrada em cinco estados da Região Centro-Sul – Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo –, sendo que este último foi o que mais contribuiu para a rede: 47% do volume total. A geração sucroenergética paulista, no período, foi equivalente a 20% da produção de energia elétrica no Estado.
O boletim informa que a geração de bioeletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN), de janeiro a junho deste ano, aumentou em 14% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado pelo início da safra da cana na Região Centro-Sul, em abril, mês também em que o gerado correspondeu a quase 5% do consumo de energia no País nos 30 dias. Ainda no primeiro semestre de 2018, estima-se que volume de bioeletricidade fornecido ao SIN evitou a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO2.
E é essa preocupação com a redução de emissão de gases de efeito estufa que o Brasil tem enxergado grande potencial no setor sucroenergético – inclusive, recentemente, teve sua importância reconhecida para a matriz energética nacional, enquanto gerador de energia limpa e renovável, através da implantação da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).
Para Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, é necessário estabelecer uma política setorial de incentivo e de longo prazo também para a bioeletricidade. “Atualmente, aproveitamos apenas 15% do potencial técnico da bioeletricidade sucroenergética e uma política estimulante para esta fonte, juntamente com a operacionalização do RenovaBio nos próximos anos, devem impulsionar o avanço deste recurso renovável na matriz de energia do País”, avalia Souza.
Embora sejam notórios as possibilidades e benefícios da expansão do setor, ainda há muitos gargalos. Por isso, todo esse cenário será debatido por especialistas renomados durante o 8º Seminário CEISE Br/UNICA sobre Bioeletricidade, evento que integra a grade de conteúdos da 26ª Fenasucro & Agrocana – maior feira de tecnologia sucroenergética do mundo, que acontece de 21 a 24 de agosto, em Sertãozinho-SP.
Marcado para o dia 22, quarta-feira, o seminário já tem, entre os palestrantes confirmados, os nomes de Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia; e João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo.
“À medida que a fabricação do etanol aumentar, visando atender às demandas do RenovaBio, será possível ampliar também a produção de bioenergia, incrementando o mix de receitas dos produtores e tornando-a ainda mais competitiva no mercado”, acrescenta Aparecido Luiz, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br).
A programação completa pode ser acessada em: https://bit.ly/2KRiqiT. As inscrições, gratuitas, estão disponíveis somente pelo link: https://bit.ly/2KCFvtm. As vagas são limitadas.
Fenasucro