Imagem: Unica

Produção de anidro cresce 17,81% em setembro

A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul alcançou 38,38 milhões de toneladas na 1ª metade de setembro, o que representa uma queda de 14,09% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2020/2021 – 44,67 milhões de toneladas. O estado de São Paulo registrou moagem de 22,28 milhões de toneladas (-14,54%) e nos demais estados da região Centro-Sul a quantidade processada na quinzena alcançou 16,10 milhões de toneladas (-13,45%).

Desde o início do ciclo 2021/2022 até a primeira metade de setembro, a moagem acumula queda de 6,62%. Nesse período, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas atingiu 430,95 milhões de toneladas, ante 461,49 milhões de toneladas mesmo período do último ciclo agrícola.

Em relação ao número de usinas em operação, 254 empresas registraram produção até dia 16 de setembro, contra 261 unidades industriais em igual data do último ano. Nesta quinzena, 3 unidades produtoras encerraram a safra, e no acumulado, 5 empresas já terminaram o ciclo 2021/22.

Produção de açúcar e de etanol
Apesar da retração na moagem quinzenal, a produção de etanol anidro registrou expressivo crescimento de 17,81% nos primeiros quinze dias de setembro, atingindo 883,06 milhões de litros nesta safra contra 749,57 milhões de litros em igual período de 2020.

O diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, esclarece que “as empresas estão priorizando a produção de etanol anidro. O volume fabricado na primeira quinzena de setembro deste ano só foi verificado na safra 2017/2018, quando a moagem de cana-de-açúcar era muito superior”. A despeito da expectativa de queda superior a 14% na moagem de cana-de-açúcar e da retração nas produções de etanol hidratado e açúcar, a produção de etanol anidro deve crescer mais de 500 milhões de litros neste ciclo, concluiu Rodrigues.

Na primeira metade de setembro, a produção de açúcar retraiu 20,48% e atingiu 2,55 milhões de toneladas, ante 3,20 milhões de toneladas verificadas em igual período do ano anterior. A produção quinzenal de hidratado alcançou 1,18 bilhão de litros nos quinze dias iniciais do mês, registrando queda de 25,08%

No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 16 de setembro, a produção de açúcar alcançou 26,83 milhões de toneladas, contra 29,19 milhões de toneladas verificadas em igual período do ciclo 2020/2021. A fabricação acumulada de etanol, por sua vez, totalizou 20,75 bilhões de litros, sendo 8,05 bilhões de litros de etanol anidro e 12,70 bilhões de litros de etanol hidratado. Do total fabricado, 1,48 bilhão de litros do biocombustível foram produzidos a partir do milho.

A produção acumulada de etanol anidro até 16 de setembro alcançou 8,05 bilhões de litros, registrando crescimento de 26,42% em relação ao montante contabilizado no mesmo período da safra 2020/2021.

“A produção registrada até o momento, os estoques disponíveis nos produtores, a possibilidade de importação, o volume a ser produzido e a expectativa de consumo do ciclo Otto indicam condições para atendimento do atual nível de mistura de etanol na gasolina, mesmo considerando a migração esperada no consumo de etanol hidratado”, afirma Rodrigues.

Vendas de etanol
Na primeira metade de setembro, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram um total de 1,17 bilhões de litros de etanol, registrando retração de 14,9% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021. Do total comercializado em setembro, 30,87 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 1,14 bilhões de litros vendidos domesticamente.

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 654,9 milhões de litros, o que representa uma redução expressiva de 22,6% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (844,6 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, apresentou aumento de 29,9%, com 483,08 milhões de litros vendidos em 2021 contra 371,9 milhões de litros em 2020.

O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que “a perda de competitividade do etanol hidratado frente à gasolina em algumas regiões tem causado a retração do consumo do biocombustível. É o movimento de ajuste natural de mercado diante das condições de oferta e demanda dos produtos”. A condição diferenciada oferecida ao consumidor brasileiro pela frota flex e pela possibilidade de escolha dos combustíveis permite que ajustes imediatos aconteçam a cada abastecimento, acrescentou Rodrigues.

“A manutenção dessa tendência de retração nas vendas de hidratado indica uma condição de equilíbrio entre oferta e demanda do produto até o final da safra”, conclui o executivo.

No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 16 de setembro, o volume de etanol comercializado pelas empresas do Centro-Sul acumula crescimento de 1,5%, somando 13,43 bilhões de litros. Desse total, 765,5 milhões de litros foram destinados à exportação (queda de 39,1%) e 12,66 bilhões ao mercado interno (aumento de 5,7%). Do total comercializado domesticamente, o etanol anidro representa 4,68 bilhões de litros (aumento de 26,7%) e o etanol hidratado corresponde a 7,98 bilhões de litros (queda de 3,6%). (UNICA)

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