De janeiro a agosto de 2018, a fonte biomassa, da qual a cana-de-açúcar tem 77% de participação, ofertou 17.356 GWh para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) feito a partir de dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), houve um crescimento de 11% em relação ao volume produzido no mesmo período do ano passado, ou o suficiente para iluminar mais de 9 milhões de residências com uma fonte limpa e renovável durante um ano todo.
“O aumento foi favorecido pelo clima seco observado desde o início desta safra, o que ajudou na colheita da cana e, por consequência, na obtenção da biomassa para a geração de bioeletricidade. Contudo, ao final deste ano, este percentual poderá variar em função do esperado encerramento antecipado da moagem de cana pelas usinas do Centro-Sul”, avalia o gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza. O executivo apresentou outros dados referentes à bioeletricidade no 1º Seminário Energias Renováveis e Eficiência Energética, evento prestigiado pelo subsecretário de Energias Renováveis da Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, Antonio Celso de Abreu Junior, nesta terça-feira (18/09), em Araçatuba (SP).
De acordo com o levantamento da UNICA, a oferta de bioeletricidade entre janeiro e agosto deste ano representou 4,7% do consumo nacional de energia elétrica. O percentual pode atingir até 8% nos meses em que o ritmo da colheita da cana avança no Centro-Sul, de março a outubro.
“Em julho deste ano, a bioeletricidade ofertada correspondeu a 7,8% do consumo de energia no País. Essa maior participação de uma fonte renovável e disponível durante o período seco, quando os reservatórios das hidrelétricas estão mais baixos, ajudou a atenuar os efeitos negativos advindos da bandeira tarifária vermelha, que justamente naquele mês atingiu seu patamar mais alto”, avalia Zilmar.
Desde o ano de 2015, as contas de energia adotam o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que apresenta as modalidades verde, amarela e vermelha. Neste ano, desde junho, o sistema está na bandeira vermelha, no patamar mais crítico e oneroso (nível 2), com os consumidores pagando R$ 5,00 adicionais a cada 100 kWh consumidos. Recente previsão do Operador Nacional do Sistema indica que a bandeira deverá ficar vermelha até dezembro deste ano.
Ainda, de acordo com Zilmar, essa energia renovável da bioeletricidade ofertada para o SIN, de janeiro a agosto de 2018, foi equivalente a ter evitado a emissão de mais de 5 milhões toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 36 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. Também por conta da geração acontecer no período seco do sistema, foram economizados 12% da água dos reservatórios hidrelétricos do principal submercado do setor elétrico, o Sudeste/Centro-Oeste, responsável por quase 60% do consumo nacional. Nesta terça-feira (dia 18), os reservatórios nessa região operaram com menos de 25% de sua capacidade.
Para saber mais sobre a bioeletricidade e sua produção em 2018, acesse aqui a apresentação feita pelo executivo da UNICA no seminário promovido pela prefeitura de Araçatuba, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), e pela empresa Alta Noroeste. Unica