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Novas tecnologias para o mercado de energia solar

No que depender dos pesquisadores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a produção de energia fotovoltaica pode se tornar ainda mais simples. Eles desenvolvem conjuntamente uma telha solar fotovoltaica que unifica em um mesmo produto a telha e o sistema de geração de energia a partir do sol. O objetivo dos pesquisadores é desenvolver uma telha de baixo custo, que seja capaz de converter a luz solar em energia elétrica e que seja adaptada às condições climáticas da região. O projeto surgiu a partir da demanda de um empresário do ramo de telhas de concreto da cidade de Cascavel (PR).

O professor Oswaldo Ando, um dos pesquisadores envolvidos, explica que a telha desenvolvida tem o mesmo formato de uma telha convencional de concreto ou barro, com a diferença de ser produzida em polímero e ter incorporada internamente o sistema fotovoltaico. Assim, os custos de implantação são reduzidos, já que não é necessário que se faça uma estrutura para colocação de módulos avulsos. Jean Frigo, que também participa da pesquisa, comenta ainda que o peso sobre o telhado é reduzido em comparação ao uso de módulos.

Viabilidade

A telha ainda está em fase de desenvolvimento. Ela foi projetada para ser utilizada em residências, por pessoas comuns. Comparando-se com a telha tradicional, a expectativa é de que a telha fotovoltaica tenha um custo de 30 a 40% a mais. “Se a pessoa já tem telhado em concreto ou telha de barro, pode comprar as telhas fotovoltaicas e substituir, sem custo adicional de infraestrutura.”, explica Oswaldo. Além disso, é possível acrescentar a telha em módulos, adaptando à medida da necessidade e da disponibilidade financeira.

Em uma residência, a telha fotovoltaica não cobriria todo o telhado, mas parte dele, de acordo com a demanda energética. Ou seja, outra vantagem seria o não comprometimento estético.

Cada telha fotovoltaica gera de 20 a 30 watts de energia. Jean Frigo explica que a quantidade ideal para cada residência depende do objetivo do consumidor. “A pessoa pode usar todo o telhado ou fazer um sistema hibrido. É possível fazer adaptações.”

Para o desenvolvimento do produto, é preciso avaliar quais são os materiais mais adequados. Oswaldo explica que a ideia é produzir a telha em polímero ou vidro, e não cimento ou barro. “Precisamos garantir resistência mecânica às intempéries, já que o material precisa ter vida longa.” Uma telha de concreto pesa cerca de sete quilos, enquanto uma de polímero pesa um quilo.

Pesquisa

Jean Frigo comenta que, no momento, as pesquisas estão em estágio laboratorial. “Produzimos pequenas quantidades em ambientes de teste. São telhados de quatro a cinco metros quadrados. Os testes são em função da sazonalidade e durabilidade do produto.”  A telha está em fase de acabamento, quando também se estimam os custos que envolvem a estrutura de montagem.

Os pesquisadores preveem que a comercialização da telha comece a ocorrer em breve. Para que sejam utilizadas em outras localidades, além do Paraná, algumas adaptações podem ser necessárias, já que deve-se considerar as intempéries locais de cada região.

O projeto está sendo realizado no Centro de Desenvolvimento e Difusão Tecnológico em Energias Renováveis (CDTER), um espaço voltado para a pesquisa e a busca de soluções inovadoras que possam auxiliar no desenvolvimento tecnológico sustentável das indústrias do Oeste do Paraná.

O CDTER está sediado na estrutura da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel (Fundetec). A Fundetec atua como elo entre universidades e indústrias, tentando captar as demandas do empresariado e repassando ao grupo de pesquisadores. No local são oferecidos serviços técnicos, ensaios laboratoriais e capacitação técnica, que objetivam o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica de organizações do Oeste do Paraná e da Tríplice Fronteira.

Canal-Jornal da Bioenergia

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