Produtor assistido pelo Sistema Faeg/Senar consegue lucro de 50 sacas de soja por hectare com o uso de bioinsumos

Na fazenda Santa Luzia, no município de Santa Cruz de Goiás, o produtor Adriano Barbosa que é assistido pelo Senar Goiás Mais Grãos, está feliz com os resultados da colheita da última safra de soja. É que por cada hectare, ele conseguiu um lucro de 50 sacas de soja com o uso de bioinsumos. Uma receita quase 30% maior, já que No ano passado esse lucro ficou abaixo de 30 sacas por hectare.

E é justamente essa divulgação sobre as vantagens relacionadas ao menor custo e maior produtividade que o Sistema Faeg/ Senar pretende levar ao produtor através de uma completa palestra virtual que vai acontecer nesta terça-feira (06/04). A live Bioinsumos: a tecnologia em prol da sustentabilidade será às 18h30, com transmissão pelo YouTube @sistemafaeg.

O conteúdo será apresentado pelo presidente do Sistema Faeg Senar e deputado Federal Zé Mário Schreiner, a ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, o secretário de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento, Antônimo Carlos de Souza Lima Neto, o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Elcio Guimarães, o presidente do Conselho Estratégico do Programa Nacional de Bioinsumos, Alessandro Cruvinel, e Rogério Viana do Grupo Associado de Agricultura Sustentável.

“A agropecuária do Brasil, principalmente a de Goiás busca cada dia mais produzir com sustentabilidade, respeitando o meio ambiente, as regras que regem a questão ambiental. Claro, os bioinsumos entram nessa linha: produzindo com sustentabilidade é reduzido custos. Isso não quer dizer que o sistema convencional precisa ser descartado. Os bioinsumos são uma alternativa a mais para o produtor rural e nós precisamos mostrar esse avanço”, explica Zé Mário Schreiner.

Filho de agricultores familiares, Adriano começou a trabalhar com grãos há quatro anos para fazer a diversificação da produção na propriedade. Até então o foco era a pecuária de leite. Entre as intenções com a integração lavoura pecuária estavam garantir palhada na seca para o gado e também lucro com os grãos.

Só que nós dois primeiros anos não foi isso que aconteceu. O custo com a compra de adubos, inseticidas e fungicidas químicos consumiu todo ganho. Foi aí que Adriano buscou uma alternativa. Ele conheceu os bioinsumos, produtos feitos a partir de microrganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais e utilizados nos sistemas de cultivo para combater pragas e doenças ou para melhorar a fertilidade do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas.

O produtor passou a usar condicionadores de solo para melhorar a flora microbiana. Inoculantes, um aditivo a base de bactérias para o desenvolvimento das plantas e também usou os produtos biológicos para controle de insetos e fungos.

“Se tiver uma infestação alta, um clima desfavorável, eu vou usar os produtos químicos, mas até então não tive essa necessidade. Nossa produção não é orgânica, mas sim sustentável. Com o uso dos bioinsumos, o solo fica mais fértil com a recuperação da flora microbiota. Este ano tivemos uma produtividade de 69 sacas por hectare e um custo de 19.5 sacas por hectare. Ou seja, lucramos aproximadamente 50 sacas por hectare. No ano passado tivemos um custo bem maior, de mais de 30 sacas por hectare. Estamos muito animados com esse resultado e acreditamos que será melhor. Também estamos apostando no pó de rocha e cama de frango em substituição ao adubo químico”.

*Os bioinsumos e a economia*

De acordo com o coordenador institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, Goiás tem se destacado nessa área, principalmente com o desenvolvimento do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), a partir de 2017, em Mineiros, que se propôs a pesquisar e divulgar soluções mais sustentáveis com diferentes bioinsumos.
Estima-se que o negócio de bioinsumos movimente ao redor de R$ 1 bilhão no Brasil por ano, já tratando mais de 50 milhões de hectares de produtos agrícolas, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Atualmente, o país conta com 80 biofábricas para o controle de pragas e 37 biofábricas para inoculantes. Já são mais de 580 produtos biológicos disponíveis no país destinados a combater mais de 100 pragas, plantas invasoras e ampliar a absorção de nutrientes, favorecendo o crescimento de inúmeras espécies vegetais.

Desse total, 265 são defensivos biológicos, entre bioacaricidas, bioinsecitidas, biofungicidas e bioformicidas. Os outros 315 itens são inoculantes, um insumo biológico que contém micro-organismos com ação benéfica para o desenvolvimento das plantas.

“A economia com o uso dos bioinsumos, depende da cultura e é algo muito variável. Porém, para se ter uma ideia, só com a cultura da soja, a economia estimada em 2020 pela fixação biológica de nitrogênio por inoculantes, pela substituição ao uso de fornecimento de nitrogênio por meio de adubos quimicos, é de U$ 15 bilhões anuais”
Segundo o Mapa, no segmento do controle biológico, houve uma movimentação em 2020, de 5 bilhões de dólares no mercado global e pode chegar a 10 bilhões de dólares em 2025. Um crescimento da ordem de 10 a 15 por cento ao ano, considerando todas as regiões do mundo. No Brasil, o cenário é ainda mais relevante. O setor tem expandido e chegou a 55% de crescimento, entre 2018 e 2019, e 28%, entre 2019 e 2020, com destaque para os bionematicidas. A participação de bioinsumos no total de defensivos agrícolas saiu de 1,5% em 2017 para 2,6 atualmente. Faeg

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