A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) tem dados que mostram: a cada novo MW instalado são gerados 15 empregos em toda a cadeia de produção. Em 2015 foram criados 41 mil empregos. “Neste ano, vamos fechar com números bem próximos”, estima a presidente executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum.
Élbia explica que o Brasil possui mão de obra qualificada para preencher as vagas disponíveis devido aos aperfeiçoamentos oferecidos em várias universidades e escolas técnicas. “Porém, com o crescimento da energia eólica, há uma demanda crescente fazendo com que profissionais de outras áreas, tais como, petróleo, gás e outras fontes de geração, migrem para o setor eólico.” Ela destaca que as principais áreas demandadas são de engenharia elétrica, mecânica e civil, além de especialistas em meio ambiente e sustentabilidade e especialistas em climatologia.
Por outro lado, o gerente regional da empresa de recursos humanos Randstad Professionals, Diogo Forghieri, explica que, em alguns casos, ainda há falta de mão de obra qualificada, em especial para área de especificação e desenvolvimentos de projetos de parques eólicos. “O maior volume concentra-se em engenheiros, técnicos, projetistas e até advogados.”
Mario Augusto Lima e Silva, diretor de energia da Serveng Energia, diz que, no passado, a empresa enfrentava dificuldades em contratar devido à falta de mão de obra. “Saíamos com carro de som anunciando os tipos de vagas que estávamos precisando. Além disso, oferecíamos treinamentos aos interessados.”
Atualmente, para a construção de projeto desenvolvido pela empresa vencedor de leilão ainda em 2013, já foram contratados 400 profissionais, com expectativa de empregar 650 até o final das obras. Hoje o cenário é diferente, havendo a possibilidade de selecionar os candidatos e dispor de pessoas que já passaram por treinamentos e capacitações em obras anteriores. Os profissionais mais procurados são ajudante de pedreiro, pedreiro, carpinteiro, armador e motorista. “Ainda fazemos treinamentos e investimos em qualificação para atividades especificas, mas há muitos qualificados graças a obras anteriores”, destaca Mario Augusto.
Empregos
Atualmente, a indústria eólica está com 10 GW instalados e a expectativa é de dobrar de tamanho até 2020. “Além disso, há novos leilões e estimamos contratações anuais de cerca de 2 GW por ano. Podemos considerar que, do ponto de vista tecnológico, jamais há uma acomodação. A tecnologia segue evoluindo, com demanda por profissionais especializados”, comenta Élbia.
Segundo Diogo Forghieri, entre os segmentos industriais, as empresas de fabricação de componentes e equipamentos eólicos destacam-se no volume de contratação de mão de obra para todos os níveis, considerando toda a cadeira correlata, ou seja, envolvendo a produção, a montagem e a manutenção de parques eólicos. De acordo com Forghieri, o número referente à manutenção de empregos gira em torno de 45 mil/ano.
A expectativa para os próximos anos é otimista, com previsão de manutenção de demanda aquecida referente a profissionais técnicos em automação e manutenção de parques eólicos, além de profissionais com foco em projetos de equipamentos, desenvolvimento de tecnologia e cadeia produtiva. Forghieri destaca que, para ocupar essas vagas, os requisitos são variados, desde experiência em licitações e estruturação de contratos no setor eólico, para advogados, a técnicos em automação e controle com experiência em manutenção de aerogeradores.
Mario Augusto Lima e Silva reforça que existe a necessidade de crescimento de energias renováveis, que é um compromisso do Brasil para os próximos 30 anos. “Acredito que haverá crescimento do setor nesse período, o que vai depender da demanda por energia, que é proporcional ao Produto Interno Bruto (PIB). A energia eólica nos próximos anos deve atender um terço da necessidade.” As faixas salariais dos principais profissionais procurados variam de R$1.500 a R$3.500 para os cargos básicos, e de R$12 a R$20 mil para engenheiros especializados.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia