No dia 24 de maio de 2017, instituições de pesquisa, empresas privadas do setor produtivo e consumidor e instituições governamentais se reunirão em Brasília-DF para o lançamento da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação (RBBHRA). O evento faz parte da programação do seminário “Biodiesel e Bioquerosene: sustentabilidade econômica e ambiental” promovido pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), no auditório do Ministério de Minas e Energia (MME).
Desde o final de 2016, pesquisadores de diversas universidades brasileiras vêm articulando a estruturação de uma rede de pesquisa em biocombustíveis de aviação. A RBBHRA tem como objetivo a realização de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no setor por meio de parcerias entre academia, indústria e governo.
Além disso, a Rede vai dar suporte à criação de políticas públicas e às ações viabilizadoras para a produção de bioquerosene e hidrocarbonetos renováveis, contribuindo para redução das emissões do mercado de aviação civil a partir de 2020, alinhada às metas do NDC brasileiro e de crescimento neutro do setor, conforme os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário (CORSIA).
A iniciativa é fruto do diálogo entre os pesquisadores Donato Aranda (UFRJ/Ubrabio), Nataly Albuquerque dos Santos (UFPB) e Amanda Duarte Gondim (UFRN), o MME e representantes da iniciativa privada.
Planejamento de longo prazo
A concretização do plano de longo prazo para o desenvolvimento dos biocombustíveis de aviação no Brasil pode gerar investimentos de R$ 1 bilhão a R$ 5 bi em refinarias para produção de bioquerosene, e 60 mil empregos diretos, nos próximos anos. A estimativa foi apresentada pela Ubrabio ao Ministério de Minas e Energia (MME), para subsidiar a estruturação do programa RenovaBio.
Segundo o diretor de Biocombustíveis do MME, Miguel Ivan Lacerda, o Brasil acerta ao apostar nos combustíveis renováveis e a proposta da plataforma RenovaBio é chamar os elos da sociedade e da indústria para construção de uma agenda transparente e estratégica, para que o setor possa crescer com “previsibilidade, tranquilidade e segurança”, conforme as palavras do ministro Fernando Coelho Filho.
No cenário internacional, empresas de aviação de 192 países – incluindo as que atuam no Brasil – se comprometeram a neutralizar o crescimento das emissões de carbono a partir de 2020 numa iniciativa coordenada pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, sigla em inglês). “Uma das formas de neutralizar essas emissões seria usar biocombustível”, resume o diretor de Biocombustíveis de Aviação da Ubrabio, Pedro Scorza.
Scorza, que também representa a GOL Linhas Aéreas, empresa associada à Ubrabio, explica que o investimento nesta cadeia se justifica ambiental e socioeconomicamente, por ser uma solução efetiva para o cumprimento das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa e que a companhia aérea tem interesse em comprar o biocombustível, desde que haja paridade de preço com o fóssil.
Um dos maiores gargalos para a substituição é o preço. “O combustível corresponde a 35% dos custos das empresas que fazem voos domésticos e 50% nas que atuam internacionalmente”, afirma.
“Tornar o setor aeronáutico mais sustentável é um desafio que pode ser superado com o desenvolvimento de cadeias de biomassa para produção do combustível renovável de aviação. Há quatro anos, a Ubrabio e a GOL vêm trabalhando na estruturação de uma cadeia para o bioquerosene, em conjunto com diversos stakeholders”, complementa.
Seminário
Para debater o futuro dos biocombustíveis no País, a Ubrabio realiza, no dia 24 de maio, o seminário “Biodiesel e Bioquerosene: sustentabilidade econômica e ambiental”. O evento também celebra os 10 anos de trajetória da entidade que representa nacionalmente a cadeia produtiva desses combustíveis renováveis.
O encontro pretende promover o diálogo entre setor produtivo, consumidor e distribuidor, governo, instituições de pesquisa e sociedade. Estarão presentes nos painéis representantes dos ministérios de Minas e Energia (MME), Meio Ambiente (MMA), Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Relações Exteriores (MRE), Embrapa Agroenergia, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natuaral e Biocombustíveis (ANP), Secretaria de Aviação Civil (SAC), BR Distribuidora e FGV Energia, entre outros.
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