O governo do Rio Grande do Norte assinou um memorando de entendimento com a Enterprize Energy — empresa de energia com sede em Singapura — para desenvolver projetos de eólicas offshore e produção de hidrogênio verde (H2V) e amônia verde na costa do estado.
O processo de produção do H2V será via eletrólise (utilização da eletricidade para decompor a água em oxigênio e hidrogênio).
A eletricidade utilizada será fornecida pelas eólicas, enquanto a água virá de um processo de dessalinização da água do mar.
De acordo com o presidente da Enterprize, Ian Hatton, a expectativa de produção inicial é de 2 GW de energia de H2V.
“O litoral do Nordeste do Brasil tem um grande potencial”, diz Hatton.
A tecnologia será a mesma utilizada nas atividades da companhia em desenvolvimento no Vietnã.
Por lá, a empresa pretende chegar a 5 gigawatts (GW) de energia com produção de hidrogênio verde, também tendo as eólicas offshore como principal fonte de eletricidade.
“Estamos colaborando com empresas, governo local e universidades no Rio Grande do Norte em uma tentativa de identificar e desenvolver lugares para projetos de energia verde offshore que irão beneficiar substancialmente as comunidades locais”, completa.
Hoje, o Rio Grande do Norte conta com quatro projetos de eólicas offshore.
Ventos Potiguar, da Internacional Energias, é o maior, com 207 aerogeradores e capacidade total de 2,4 GW.
Ventos do Atlântico e Bosford Participações também têm projetos no estado, cada um somando cerca de 2 GW.
Além disso, somente este ano, o estado captou R$ 5,35 bilhões em investimentos para eólicas onshore, conta a governadora Fátima Bezerra.
“Já somos líderes nacionais com mais de 5,3 GW de potência instalada e o potencial no mar é de mais 110 a 140 GW. Nosso poder de crescimento é imenso”, diz.
Segundo a governadora, o objetivo é que o estado se torne um centro de produção de hidrogênio e amônia verde na América do Sul.
“Estamos abrindo as portas para a produção de hidrogênio verde, apontado como o combustível limpo do futuro e o RN tem condições de ser o maior produtor de hidrogênio verde pelo menor custo do mundo”, afirma.
Tanto do H2V quanto a amônia produzidos devem ser destinados para distribuição local e exportação para mercados. Epbr