A moagem pelas unidades produtoras do Centro-Sul atingiu 43,31 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na segunda metade de agosto, alta de 10,83% sobre o resultado da mesma quinzena de 2017. No acumulado desde o início da safra 2018/2019 até 1º de setembro, esse crescimento foi de 2,33%, com 391,77 milhões de toneladas processadas.
“O aumento da moagem ocorreu por conta de um avanço de 6% da área de colheita sobre 2017 em função da queda de produtividade”, alerta o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues.
Dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apontam que o rendimento do canavial alcançou 70,00 toneladas por hectare colhido em agosto, contra 77,64 no mesmo mês 2017 – queda de 9,85%.
No acumulado do atual ciclo até 1º de setembro, essa produtividade atinge 78,44 toneladas por hectare, frente às 81,20 registradas até a mesma data da safra passada (mais informações sobre produtividade podem ser obtidas aqui.
“Essa quebra irá se intensificar nas próximas quinzenas, na medida em que a colheita avançar para áreas mais afetadas pela estiagem e com lavouras mais velhas e, portanto, com produtividade naturalmente menor”, comenta Padua. De fato, esse incremento da colheita da cana de cortes mais velhos já diminuiu em oito toneladas por hectare a produtividade de agosto comparativamente a julho.
Prova de que essa quebra será crescente até o fim desse ciclo é a previsão de encerramento antecipado da moagem pelas usinas do Centro-Sul. Segundo levantamento preliminar feito pela UNICA, 20% das unidades amostradas até o momento declararam que devem antecipar o fim da safra 2018/2019 em 1 a 3 meses.
“A longa estiagem empregou um ritmo acelerado de colheita até o momento, que aliado à expectativa de queda contínua da produtividade, se traduzirá em menor moagem e em uma longa entressafra”, conclui o diretor da UNICA.
Produção e mix
Na última metade de agosto, a fabricação de açúcar caiu 6,85% em relação a mesma quinzena de 2017, somando 2,37 milhões de toneladas. Já no caso do etanol, houve aumento de 37,31%, com 2,45 bilhões de litros produzidos (1,67 bilhão de litros de hidratado e 776,35 milhões de anidro).
Desde o início da safra 2018/2019 até 1º de setembro, a quantidade fabricada de açúcar totalizou 18,84 milhões de toneladas, recuo de 19,28% quando comparada ao mesmo período de 2017. Em sentido inverso, a produção de etanol acumula alta de 33,51%, alcançando 20,50 bilhões de litros (6,35 bilhões de anidro e 14,14 bilhões de hidratado).
Com isso, 62,36% da matéria-prima processada nos 15 dias finais de agosto destinaram-se à produção de etanol (versus 53,03% na mesma quinzena de 2017). Na safra, esse percentual atinge 63,48%. Refletido nesse mix, estão as 15 unidades produtoras no Centro-Sul que deixaram as fábricas de açúcar inativas durante o ciclo corrente, priorizando em 100% a moagem para o etanol.
Qualidade da matéria-prima
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada processada atingiu 152,66 kg na segunda quinzena de agosto, 7,14 kg acima do valor apurado em igual período de 2017.
No acumulado da safra, o indicador totalizou 138,22 kg de ATR por tonelada, alta de 4,77% em relação ao ciclo 2017/2018.
Vendas de etanol
Pautado pela competividade crescente frente à gasolina, a venda de etanol hidratado pelas unidades do Centro-Sul bateu um novo recorde quinzenal; 1,05 bilhão de litros comercializados no mercado interno na última metade de agosto. O volume máximo anterior registrado na segunda quinzena de julho de 2018 era de 932,35 milhões de litros.
Com isso, a venda em agosto, que somou 1,97 bilhão de litros, também é uma marca histórica para um mês.
No caso do anidro, o volume destinado ao mercado doméstico alcançou 798,54 milhões de litros em agosto, dos quais 427,20 milhões foram comercializados nos últimos 15 dias do mês.
Entre abril até 1º de setembro, as vendas acumuladas de etanol pelas usinas e destilarias do Centro-Sul totalizaram 12,19 bilhões de litros (693,22 milhões de litros exportados) – expansão de 15,73% sobre 2017.
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