O setor de biodiesel está pleiteando junto ao governo a antecipação da mistura de 13% do biocombustível ao diesel para 1º de julho, como forma de contribuir com o desenvolvimento do setor e estimular a economia em meio à pandemia do coronavírus, afirmaram representantes do segmento nesta terça-feira.
Em março, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel passou de 11% para 12%, seguindo o cronograma do governo, que atualmente prevê a elevação de 1 ponto percentual por ano, atingindo 15% até 2023.
Uma antecipação, na visão do setor, permitiria mitigar efeitos negativos decorrentes de uma queda na demanda por energia no Brasil, diante do isolamento social para evitar a transmissão do novo coronavírus.
Em meio aos efeitos da crise, a perspectiva de produção brasileira de biodiesel deste ano foi revisada para 6,5 bilhões de litros, contra projeção anterior de 6,9 bilhões de litros, segundo a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). Em 2019, a produção foi de 5,9 bilhões de litros.
“Nós estamos pedindo ao governo… a antecipação do B13, onde nós teríamos uma redução de importações (de diesel) e garantiríamos portanto um aquecimento na nossa economia, que precisa ter. Essa tem sido a reivindicação do setor”, afirmou o presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), ao participar de um debate online promovido pela agência epbr.
Um pedido de antecipação assinado pelas entidades que representam o setor —Ubrabio, Abiove e Aprobio— foi enviado na semana passada ao governo federal, informou à Reuters a Ubrabio.
Segundo a entidade, a redução estimada da produção de biodiesel neste ano, de 400 milhões de litros, devido ao coronavírus, equivale a cerca de 350 mil toneladas de óleo de soja, o que representa 1,8 milhão de toneladas de soja que deixará de ser processada.
A soja é a principal matéria-prima do biodiesel.
“A antecipação do B13 permitirá que o Brasil reverta essa projeção de queda na atividade industrial e a produção de biodiesel se elevará para 7,2 bilhões de litros, o consumo de óleo de soja para 5,5 milhões de toneladas e o esmagamento crescerá em 3,3 milhões de toneladas”, afirmou à Reuters.
Além disso, a Ubrabio destacou que a medida permitiria que o país ampliasse a oferta de farelos protéicos, trazendo redução de custos para os produtores de proteínas animais, e reduzindo as importações de diesel A.
“Portanto, uma solução capaz de ajudar o país a ampliar a oferta de alimentos, aumentar a segurança energética e contribuir com a geração de PIB e empregos.” Reuters