Setor de biodiesel reduziu em 10% o uso de soja como fonte

O percentual de soja utilizada para a produção industrial de biodiesel no Brasil sofreu uma redução de 10% entre os meses de janeiro de 2010 e outubro de 2011, segundo informações do Sistema de Informação de Movimentação de Produtos (SIMP). A redução, segundo a União dos Produtores de Biodiesel (Ubrabio) deve-se, sobretudo, à diversificação de matérias-primas para o biocombustível.

As oscilações do óleo de soja, ocorridas entre janeiro de 2010 e outubro de 2011, e apontadas no Boletim da Agência Nacional do Petróleo (ANP), sinalizam a queda do produto como matéria-prima para o biodiesel, mas ainda assim confirmam sua permanência como principal oleaginosa para a produção do biocombustível.

Mesmo com o aumento da diversidade de grãos para a produção do óleo vegetal, para a Ubrabio, a soja ainda será essencial para produzir o biocombustível no Brasil. Segundo o Boletim Mensal da ANP, atualmente 70% do biodiesel brasileiro usa a soja como matéria-prima.

A redução do percentual de soja utilizada soou positivamente para o setor, já que esta era uma das ações esperadas pelo Governo Federal para avançar com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Este avanço significa elevar o percentual de mistura de óleo vegetal ao óleo diesel fóssil para 7% este ano, 10% em 2014 e 20% em 2020.

Uma das premissas do PNPB é que o setor produtivo não dependa somente de uma commodity para fabricar o produto e que possa, de acordo com cada região brasileira, incentivar a produção de matérias-primas diversificadas por agricultores familiares. Estas fontes alternativas seriam o girassol, canola, mamona, óleo de palma e o algodão (utiliza-se o caroço para fabricar biodiesel). Em 2011, segundo o SIMP, a utilização de óleo de algodão extraído do caroço teve 6,35% de participação na produção industrial de biodiesel.

Até setembro do ano passado, o Brasil era o segundo maior produtor mundial de biodiesel. A partir desta data, a produção das usinas superou a da Alemanha e ocupou o primeiro lugar. Os brasileiros também são os principais consumidores deste biocombustível. Segundo a Ubrabio, foram produzidos e comercializados no ano passado 1,7 bilhão de litros de biodiesel no país, um crescimento de 9% sobre o mesmo período do ano passado.

Apesar de ser um grande produtor, o Brasil ainda não exporta biodiesel, o que pode mudar em 2012. No final do mês de dezembro, a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei (antiga reivindicação do setor) que isenta as usinas produtoras do PIS/COFINS. Agora, o setor espera que até o final do mês de janeiro, a Frente Parlamentar de Defesa do Biodiesel, liderada pelo deputado federal Jerônimo Goergen, consiga elaborar uma legislação de planejamento para o setor.

 

Ubrabio

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