Na 9a. DATAGRO Abertura de Safra Cana, Açúcar e Etanol, em Ribeirão Preto (SP), as principais lideranças do setor sucroenergético brasileiro, entre autoridades, dirigentes, produtores, empresários e especialistas do segmento, externaram otimismo com as perspectivas de aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% ainda em 2025. O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou um protocolo de testes para avaliar a viabilidade técnica da medida.
Representando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o coordenador Geral de Cana-de-açúcar e Agroenergia da pasta, Luiz Gustavo Wiechoreki, disse que a elevação está na pauta do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que delibera a questão, deste ano. “Contem com o Mapa para que este pleito seja aprovado”, disse.
Homenageado pela sua trajetória de vida pública em defesa do agro, em particular do setor sucroenergético, o deputado federal Arnaldo Jardim, enfatizou que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), da qual é vice-presidente, trabalhará de forma ativa para que o aumento do percentual do etanol anidro na gasolina seja aprovado.
Resiliência
Em sua exposição, o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, mencionou que o agro tem se mostrado extremamente resiliente, mantendo a entrega de resultados socioeconômicos e ambientais, mesmo face a um cenário global complexo, de reviravoltas geopolíticas, bem como diante dos impactos das mudanças climáticas, sobretudo de seca nas últimas safras. “O agro brasileiro tem sido reconhecido por sua competência, sustentabilidade, por produzir com menor custo de produção, entregando mundialmente produtos a preços competitivos.”
Já Caroline Perestrelo, líder Sênior da Rede Agro Corporate do Santander, pontuou a projeção de alta do PIB do país em 2025, com grande contribuição do agro – o que inclui, claro, o segmento sucroenergético. Gustavo Herrmann, diretor comercial da Koppert, por sua vez, exaltou o uso cada vez mais acentuado de bioinumos no agro, citando, especialmente, o crescimento na adoção de ferramentas de controle biológico nas lavouras de cana.
Entre outras falas de destaque, o diretor da Feplana, Luís Henrique Scabello de Oliveira, lembrou da importância da aprovação de projeto de lei, que assegura o repasse de parte da receita gerada pelos CBios também aos produtores de cana, e o presidente da Unem, Guilherme Nolasco, uma vez mais, registrou a expansão crescente do etanol de milho.
Ademais, na temática da mobilidade sustentável, o presidente da Unica, Evandro Gussi, chamou atenção para o fato que tecnologias de eletrificação não estão entregando ganhos relacionados à descarbonização, o que reforça a importância dos biocombustíveis.
O deputado Arnaldo Jardim salientou, ainda, que a FPA trabalhará também para que haja reciprocidade tarifária e/ou de mercados no que diz respeito a questões relacionadas a eventual redução de tarifas para ingresso do etanol dos EUA no Brasil. “Iremos, por exemplo, buscar mais espaço para nosso açúcar no mercado norte-americano.” Por fim, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, destacou o grande potencial agroambiental do estado, que tem como lastro um conjunto diverso de oportunidades vinculadas às energias renováveis. Uagro