A Associação dos Fornecedores de Cana da Usina Bom Sucesso (AFC) terá uma estação de estudo de novas variedades genéticas da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa). A data ainda não foi confirmada, mas o objetivo é oficializar a parceria que já existe.
Segundo o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenador do projeto “Programa de Melhoramento Genético da Cana de Açúcar”, da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG, Américo José dos Santos Reis, a parceria publico-privada permite a interação entre o setor produtivo e a academia é de extrema importância para o desenvolvimento de novas variedades.
Das 16 novas variedades lançadas pela Ridesa no fim do ano passado, seis já estão nos campos da AFC. Ao todo a AFC trabalha com 14 variedades desenvolvidas pela Rede. “O produtor tem que avaliar as novidades. Sem conhecer é difícil que use. Diferentemente de uma associação, nas usinas são poucas as pessoas que decidem”, ressalta. A Ridesa possui 94 materiais genéticos para o cultivo no Brasil.
Essa foi uma das novidades apresentadas durante a 3º TecnoCana, que foi realizada na Fazenda Três Irmãs do Associado AFC, Antonio Carlos da Cruz. O presidente da AFC, Guilherme Pontieri, afirma que o censo varietal da associação é bem amplo, com 26 variedades. “Temos que trazer as variedades, colocar no campo e acompanhar o desenvolvimento. Às vezes o que é desenvolvido para São Paulo não se adapta muito bem em Goiás”, explica.
A Associação
Com 14 associados, a AFC produz em 13 mil hectares 1,07 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. A meta para a próxima safra, que já iniciou, é aumentar para 1,7 milhão.
A AFC se firma no cenário goiano como uma das associações mais atuantes do setor sucroenergético. “Ter mais visibilidade atrai mais parceiros e consequentemente, tecnologias para a nossa associação”, pontua Pontiere. Ainda para 2016, no segundo semestre, será realizado um wokshop.
Custos
Os associados da AFC perceberam bem o aumento dos custos da produção, que foi acompanhado do aumento do valor da cana. “Em 2015, vendíamos por R$ 67 a tonelada, a previsão para esse ano é bem mais otimista, a perspectiva que atinja R$ 80”, revela Pontiere.
O principal responsável pela elevação dos custos foi o Dólar, que influenciou os valores dos produtos químicos em geral e dos fertilizantes. O aumento do diesel também pesou. Outro ponto é o custo da mão-de obra qualificada que está atrelada fortemente à inflação. “Se o preço pago pela cana de 2015 fosse mantido em 2016, não conseguiríamos continuar com a produção”, revela.
A TecnoCana
A terceira edição do evento contou com a presença de usinas, produtores, agrônomos, estudantes e acadêmicos do setor sucroenergético de Goiás e de outros estados. O foco dessa edição foi a nutrição da cana via folha e via sulco. Também contou com a apresentação de tratamentos com fungicidas e a feira tecnológica com exposição de máquinas e produtos setor agrícola.
Com apresentação de trabalhos estavam a Yara, Nortox, Fortgreen, Giga Mix, FMC, Kimberlit, Produquímica, UPL, Bayer Crop Sicence, Basf e Haifa.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia