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Temas do ETHANOL SUMMIT 2017

O mercado de bioeletricidade será amplamente debatido durante o Ethanol Summit – um dos principais eventos do mundo voltados para as energias renováveis, particularmente as produzidas a partir da cana, como o etanol e a própria bioeletricidade – promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), nos dias 26 e 27 de junho, em São Paulo.

A geração de energia elétrica a partir da biomassa de cana para o Sistema Interligado Nacional (SIN) completa 30 anos e o Painel dedicado ao tema, “30 Anos de Bioeletricidade: Realizando o Potencial”, abordará a segurança energética, o papel da fonte, a evolução do fornecimento para a rede e seu potencial de geração. Já a pauta do segundo Painel “Bioeletricidade e o Mercado Livre de Energia”, pretende discutir o mercado de comercialização, mecanismos capazes de viabilizar novos projetos, instrumentos de financiamento e formação de preços consistentes.

Em 1987, três usinas localizadas na região de Ribeirão Preto (SP) foram pioneiras na exportação de energia para a rede elétrica. Foram elas: São Francisco, São Martinho e Vale do Rosário. A partir de então, com o avanço do setor sucroenergético no Brasil nos anos seguintes, esse número passou para 175 unidades, quase metade do parque de usinas instaladas no País, que geram hoje mais de 21 TWh para a rede, representando 5% do consumo nacional. “Em termos comparativos, ao longo desses 30 anos, a bioeletricidade acumulada para o SIN abasteceria por cinco anos uma cidade como São Paulo”, comenta o gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza.

A bioeletricidade é estratégica para a matriz energética brasileira, especialmente por ser renovável. Cada tonelada de cana renda aproximadamente 250 quilos de bagaço. Nas caldeiras, o bagaço gera vapor que aciona turbinas para produzir eletricidade de forma sustentável. Todas as usinas de açúcar e etanol são autossuficientes no período da safra.

A biomassa da cana é gerada no centro consumidor do sistema elétrico, evitando perdas no transporte de energia. É complementar à fonte hidrelétrica com uma geração regular e concentrada no período seco e crítico do sistema interligado nacional. “Para se ter uma ideia, em 2016, os 21 TWh gerados pelas usinas de biomassa para a rede foram capazes de poupar cerca de 15% de água dos reservatórios das hidrelétricas no submercado elétrico das regiões Sul e Sudeste e evitaram a emissão de mais de 9 milhões de tCO₂ na atmosfera”, explica Souza.

Desafios

Ao mesmo tempo, o mercado ainda enfrenta grandes desafios. O setor sucroenergético necessita de políticas claras e de longo prazo que ofereçam um ambiente mais adequado de comercialização de energia.

A contratação robusta e regular de novos projetos para a bioeletricidade, com preços adequados nos leilões regulados, é necessária não somente para manter a cadeia produtiva operando, mas também para dar sinais de expansão ao setor, dado todo o potencial desta fonte.

O histórico da capacidade instalada anual da bioeletricidade de cana é um exemplo de como são necessárias políticas que estimulem maior produção. Segundo a UNICA, com base nos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), essa fonte teve seu recorde de capacidade instalada anual em 2010, com 1.750 MW, resultado de investimentos antes de 2008, quando o momento era de expansão do setor sucroenergético. Em 2017, registra-se uma queda para apenas 458 MW de capacidade instalada nova.

 

Unica

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