Goiás está atrás apenas de São Paulo na produção brasileira de etanol e suas vendas têm tido crescimento consistente. Conforme levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em julho, usinas de Goiás venderam (spot e contratos) quase 25% a mais que em julho do ano passado. Nesse comparativo anual, as vendas de hidratado aumentaram 37,6%, ao passo que as de anidro diminuíram 2,7%. Ao se olhar o desempenho de junho para julho, o volume de hidratado se elevou em 16% e o de anidro recuou 2,3%.
O aumento das vendas do estado é significativo, mas tem ficado atrás dos avanços registrados pela produção. Conforme o Sifaeg (Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás), a expansão foi de 58% nos últimos quatro anos-safra: de 2,68 bilhões de litros na safra 2011/12 para 4,22 bilhões na última.
Como resultado, os preços caem, e a pressão é acentuada ainda pela concentração das vendas das usinas goianas nos meses de pico de colheita na região Centro-Sul (de julho a setembro). Dados do Cepea mostram que, na safra 2014/15, por exemplo, o maior volume comercializado tanto de anidro como de hidratado goiano ocorreu em setembro. Considerando-se as efetivações realizadas tanto no spot quanto na modalidade de contrato, o hidratado é vendido principalmente no próprio estado e em São Paulo; o anidro, por sua vez, tem como grandes destinos o próprio estado e o Nordeste.
Nesse contexto em que as usinas veem sua receita limitada pelo preço de venda, pesam ainda os custos de produção em alta, o que prejudica a rentabilidade dos produtores.
Em julho, o anidro negociado dentro e para fora de Goiás teve média de R$ 1,3354/litro (sem impostos e sem frete) – calculada com base nos Indicadores semanais CEPEA/ESALQ –, queda de 5,58% em relação a julho/14 (valores deflacionados pelo IGP-M – base julho/15). O hidratado comercializado dentro do estado se desvalorizou 7,5% no mesmo período, para R$ 1,0647/l (sem impostos e sem frete). No caso do hidratado vendido para fora de Goiás, a média de julho/15, de R$ 1,1679/l (sem impostos e sem frete), representou baixa de 5,78% no comparativo anual.
No mercado paulista, também com base nos indicadores semanais, o anidro teve média de R$ 1,3648/l em julho e o hidratado, de R$ 1,1989/l, perdas de 6% e 8,5% no comparativo anual deflacionado, considerando-se o mercado spot; todos os valores são sem frente e sem impostos.
ATUAL SAFRA – De abril a julho, a média do anidro em Goiás esteve em R$ 1,3847/litro, recuo de 5,26% em comparação com igual intervalo do ano passado (de R$ 1,4615/l). A média do hidratado vendido dentro de Goiás baixou 4,9%, para R$ 1,1115/l. O mesmo produto comercializado para fora do estado se desvalorizou 1,08%, para R$ 1,2169/l.
Na safra 2014/15, a média do etanol anidro, de R$ 1,4423/l, foi a menor das últimas cinco temporadas, em termos reais, com baixa de 4,24% frente à safra anterior. Para o hidratado vendido dentro de Goiás, o valor médio foi de R$ 1,1853/litro, baixa de 1,93% no ano e a terceira menor cotação dos últimos cinco anos-safra. Cepea
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