A utilização do bagaço de cana para a produção de biocombustível de segunda geração (2G) está ganhando escala em diversas partes do mundo, particularmente na Ásia.
Para ilustrar este cenário, o diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, cita importante projeto anunciado no início deste ano por uma joint venture formada pelas empresas japonesas Toray Industries, especializada em química sintética orgânica, e Mitsui Sugar, fornecedora de alimentos.
O plano da parceria é erguer na Tailândia, ao custo de aproximadamente US$ 51 milhões, uma das maiores usinas do mundo para conversão do resíduo fibroso da cana em açúcar celulósico de alta qualidade, que servirá de matéria-prima para diversos produtos bioquímicos, entre eles o etanol.
“As oportunidades comerciais oriundas da diversificação do bagaço aparecem cada vez mais nos radares de multinacionais dos segmentos de alimentação e energia. Com exceção do Brasil, quatro dos cinco maiores produtores mundiais de cana estão no continente asiático (Índia, China, Tailândia e Paquistão). Existe, portanto, um potencial imenso de mercado, em especial para o biocombusível 2G, que poderá ajudar a suprir parte da demanda por combustíveis na Ásia e ao mesmo tempo reduzir emissões de gases de efeito estufa nos transportes, um problema crítico e crescente em diversos países da região”, avalia Eduardo Leão.
De acordo com informações da empresa Cellulosic Biomass Technology (CBT), joint venture resultante da parceria Toray-Mitsui, a nova fábrica será construída na província de Udon Thani, segunda maior cidade do nordeste da Tailândia. Inicialmente, a planta, que será inaugurada em 2018, terá capacidade para processar, diariamente, até 15 toneladas de bagaço e produzir 4,2 toneladas de açúcar celulósico.
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